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PORTÁTEIS
Chip Transmeta Crusoe usa sistema engenhoso para estender autonomia de notebook; desempenho é prejudicado
Processador economiza energia, mas é lento
BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia de energia está em
voga no mercado de notebooks:
recentemente, a Intel lançou a tecnologia Centrino, que traz como
principal vantagem a autonomia
proporcionada pelo novo chip
Pentium M. Menos conhecido,
mas igualmente sofisticado, o
processador Transmeta Crusoe
também é atraente do ponto de
vista tecnológico.
O chip, que foi desenvolvido
com a colaboração do finlandês
Linus Torvalds, famoso por ter
criado o sistema operacional Linux, adota uma estratégia radical
para tentar economizar energia
-a tecnologia Code Morphing.
Ela é complexa (www.transmeta.com/technology/architecture/codemorphing.html),
mas, grosso modo, consiste no seguinte: o Crusoe condensa os dados antes de processá-los.
Como isso resulta em menos
instruções individuais, o Crusoe
precisa de menos transistores
(circuitos) para funcionar. Com
menos circuitos, o consumo de
energia tende a ser menor. Esse
truque também tem um lado
ruim: leva tempo, ou seja, tende a
reduzir a velocidade do chip.
A reportagem testou dois notebooks com o novo chip: um Casio
MPC-205, de 500 MHz, e um
Compaq TC1000, de 1 GHz.
Ultracompacta (22x19,3x2,1
cm), a primeira máquina não se
destina a tarefas exigentes -serve, principalmente, para navegar
na rede e escrever textos. Por isso,
foi testada numa operação relativamente banal: transformar um
CD de música em arquivos MP3.
Nessa tarefa, a performance do
chip Crusoe de 500 MHz se mostrou medíocre: o processador ficou bem atrás de um Pentium III
de 450 MHz. Infelizmente, a lentidão do chip Crusoe prejudica sensivelmente o uso
do notebook Casio -a máquina
engasga até nas tarefas mais simples (rolar o texto de um site, por
exemplo), impondo demoras irritantes.
O Compaq TC1000 (R$ 10.499;
www.hp.com.br) é um Tablet PC,
ou seja, usa uma versão especial
do sistema operacional Windows
XP que aceita comandos a caneta.
Embora traga uma versão mais
rápida do chip Crusoe, a máquina
também teve desempenho ruim:
ao comprimir vídeo, levou quase
o dobro do tempo do que um chip
Athlon de 1 GHz.
O Compaq não é tão lento
quanto a máquina da Casio, mas a
fraqueza do seu processador também se faz sentir em operações
corriqueiras -ter algumas janelas abertas é o suficiente para que
o uso da máquina fique difícil.
O desempenho é ruim, mas e a
autonomia de energia do processador? Para descobrir, cada máquina foi testada em duas situações: exibição de apresentação do
PowerPoint e navegação com audição de MP3 (veja quadro).
O laptop da Casio (R$ 14 mil;
www.cweb.com.br) decepcionou
nos dois testes: embora sua tela
pequena -8,4 polegadas- devesse ajudar a reduzir ainda mais
o consumo de energia, a bateria
relativamente fraca restringiu a
autonomia a níveis baixos.
No teste de navegação, o Compaq foi apenas adequado, mas se
sobressaiu no teste de PowerPoint, com autonomia de
3h53min. Esse tempo é superior
ao conseguido, em testes idênticos, com os laptops Dell D600
(2h03min) e IBM T40 (3h35min),
que usam o novo processador
Pentium M. Como o IBM usa
uma bateria especial, de longa duração, a dianteira proporcionada
pelo chip Crusoe impressiona.
De modo geral, o novo processador realmente economiza energia, mas sua performance fraca o
torna contra-indicado.
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