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modernidade
Conheça o homem dos 200 mil livros
Sistema faz criação automática de textos
DO "NEW YORK TIMES"
Não é fácil escrever um livro,
mas Philip M. Parker parece ter
gostado do desafio. Parker gerou mais de 200 mil livros, conforme mostra uma busca avançada no site da Amazon.com
usando o nome da editora dele.
Esse montante faz dele, segundo suas próprias palavras, "o
autor mais publicado na história do planeta". E ele ganha dinheiro com essa atividade.
Entre os livros lançados sob
seu nome estão um sobre a acne rosácea e outro sobre o mercado de tapetes de banheiro na
Índia. Não são livros convencionais: talvez fosse mais correto chamar Parker de compilador, e não de autor.
Ele, que também trabalha
como professor de ciência da
administração na Insead (uma
faculdade de administração
com campi em Fontainebleau,
na França, e em Cingapura),
desenvolveu algoritmos de
computador que coligem informações de acesso público a respeito de um determinado assunto -seja conhecido, seja
obscuro.
Como funciona
Em um vídeo colocado no
YouTube, Parker mostra a criação de um livro. O computador
recebe uma tarefa: avaliar a demanda latente por remédios
antipsicóticos em todo o mundo com base nos dados de venda desses produtos nos EUA.
"Usando um pouco de inteligência artificial, criamos um
programa que imita o processo
de raciocínio de alguém que faria um estudo do tipo", afirma
Parker. "No entanto, em vez de
levar meses cumprindo essa tarefa, o computador a realiza em
cerca de 13 minutos."
Um editor escolhe os anos a
serem analisados, mas o computador escolhe o modelo ideal
para extrapolar as vendas em
vários países. E, em ordem alfabética, elabora uma tabela para
cada país.
"Depois, ele abrirá um documento de Word e transportará
a informação para lá como um
autor de verdade faria, repassando a informação de sua
mente, por assim dizer, para as
planilhas", explica.
Parker ampliou sua técnica
para abranger palavras cruzadas, poesias simples e até roteiros para animações do tipo game show. E deu início a esforços para criar novos algoritmos
capazes de redigir romances.
"Já comecei a elaborar isso",
disse. "Mas há tantas partes a
serem levadas em conta..."
Crítica
A qualidade dos livros nem
sempre agrada. Um crítico da
Austrália comentou sobre o
trabalho referente à acne: "A
informação é tão genérica que,
para surgir um livro-fonte sobre o próximo tema de medicina, bastaria realizar mais uma
busca e algumas substituições".
Parker concorda: "Se alguém
tem talento para usar a internet, o livro não serve de nada",
mas disse que, para pessoas
pouco afeitas à rede mundial de
computadores, guias como esse
revelam-se úteis.
Parker acrescentou: "Meu
objetivo não é fazer com que o
computador escreva frases,
mas fazer com que realize as tarefas repetitivas que seriam
dispendiosas demais para serem realizadas de outra forma."
Ele diz trabalhar para prover
conteúdos que o mercado negligenciou por falta de um público-alvo -uma língua, uma
doença ou um produto relativamente obscuro. Como os livros
são impressos a pedido do
cliente ou entregues por meio
eletrônico, já há lucro depois da
primeira venda, afirmou.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
SERÁ QUE CHEGA?
Entre esta semana e a que
vem, devem chegar às lojas físicas e virtuais os celulares e as
TVs portáteis de 3,5 polegadas
com receptores de TV digital
-ao menos as televisões da Telesystem e da Toshiba e os celulares da Samsung e da Toshiba
(disponíveis pela Vivo), segundo essas empresas.
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