São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2008

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modernidade

Conheça o homem dos 200 mil livros

Sistema faz criação automática de textos

DO "NEW YORK TIMES"

Não é fácil escrever um livro, mas Philip M. Parker parece ter gostado do desafio. Parker gerou mais de 200 mil livros, conforme mostra uma busca avançada no site da Amazon.com usando o nome da editora dele. Esse montante faz dele, segundo suas próprias palavras, "o autor mais publicado na história do planeta". E ele ganha dinheiro com essa atividade.
Entre os livros lançados sob seu nome estão um sobre a acne rosácea e outro sobre o mercado de tapetes de banheiro na Índia. Não são livros convencionais: talvez fosse mais correto chamar Parker de compilador, e não de autor.
Ele, que também trabalha como professor de ciência da administração na Insead (uma faculdade de administração com campi em Fontainebleau, na França, e em Cingapura), desenvolveu algoritmos de computador que coligem informações de acesso público a respeito de um determinado assunto -seja conhecido, seja obscuro.

Como funciona
Em um vídeo colocado no YouTube, Parker mostra a criação de um livro. O computador recebe uma tarefa: avaliar a demanda latente por remédios antipsicóticos em todo o mundo com base nos dados de venda desses produtos nos EUA. "Usando um pouco de inteligência artificial, criamos um programa que imita o processo de raciocínio de alguém que faria um estudo do tipo", afirma Parker. "No entanto, em vez de levar meses cumprindo essa tarefa, o computador a realiza em cerca de 13 minutos."
Um editor escolhe os anos a serem analisados, mas o computador escolhe o modelo ideal para extrapolar as vendas em vários países. E, em ordem alfabética, elabora uma tabela para cada país.
"Depois, ele abrirá um documento de Word e transportará a informação para lá como um autor de verdade faria, repassando a informação de sua mente, por assim dizer, para as planilhas", explica.
Parker ampliou sua técnica para abranger palavras cruzadas, poesias simples e até roteiros para animações do tipo game show. E deu início a esforços para criar novos algoritmos capazes de redigir romances. "Já comecei a elaborar isso", disse. "Mas há tantas partes a serem levadas em conta..."

Crítica
A qualidade dos livros nem sempre agrada. Um crítico da Austrália comentou sobre o trabalho referente à acne: "A informação é tão genérica que, para surgir um livro-fonte sobre o próximo tema de medicina, bastaria realizar mais uma busca e algumas substituições".
Parker concorda: "Se alguém tem talento para usar a internet, o livro não serve de nada", mas disse que, para pessoas pouco afeitas à rede mundial de computadores, guias como esse revelam-se úteis.
Parker acrescentou: "Meu objetivo não é fazer com que o computador escreva frases, mas fazer com que realize as tarefas repetitivas que seriam dispendiosas demais para serem realizadas de outra forma." Ele diz trabalhar para prover conteúdos que o mercado negligenciou por falta de um público-alvo -uma língua, uma doença ou um produto relativamente obscuro. Como os livros são impressos a pedido do cliente ou entregues por meio eletrônico, já há lucro depois da primeira venda, afirmou.


Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO

SERÁ QUE CHEGA?
Entre esta semana e a que vem, devem chegar às lojas físicas e virtuais os celulares e as TVs portáteis de 3,5 polegadas com receptores de TV digital -ao menos as televisões da Telesystem e da Toshiba e os celulares da Samsung e da Toshiba (disponíveis pela Vivo), segundo essas empresas.


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