|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Portátil está no centro da produção
ESPECIAL PARA A FOLHA
Os celulares estiveram no
centro de várias criações e projetos. "Cellphonia", por exemplo, promove uma ópera de autoria coletiva em que o público
é convidado a cantar as notícias
do dia. Ao discar para o número
do projeto (00/xx/1/408/228-5848), ouvimos um robô que
recita as notícias e dá instruções para repetir, preferencialmente cantando, essas informações. Tudo é gravado, e as
vozes vão se adicionando às dos
participantes anteriores. Posteriormente, é possível acessar
o resultado em formato MP3
no site do projeto e usar como
toque no próprio celular. Pode-se acessar o serviço via telefone
fixo e, até a conclusão dessa
edição, o projeto continuava
funcionando.
Já em "[murmure]", somos
convidados a explorar a cidade
e a procurar os pontos em que
existem orelhões verdes. Neles,
estão os códigos de acesso para
os quais devemos telefonar
com nossos celulares e escutar
histórias gravadas pela equipe
com idosos da região, que falam
sobre os lugares pelos quais estamos caminhando.
Vocabulário
As inovações vistas em San
José foram acompanhadas por
um novo vocabulário. "Cinema
performático", por exemplo,
designa espetáculos como "Super Vision" e a remixagem ao
vivo do histórico filme "Timecode" (www.imdb.com/title/tt0220100), que combina narrativas lineares, ações ao vivo,
improviso e interação com
computadores, câmeras e imagens e sons pré-gravados.
"Cinema distribuído", por
sua vez, é um tipo de ação ao vivo em que o público, ao mesmo
tempo em que assiste a filmes
entremeados por performances, é chamado a participar das
ações, ocupando o palco e/ou
participando e acessando partes do espetáculo via seus próprios celulares e computadores
portáteis, como em "Specflic
2.0" (www.specflic.net).
"Concerto audiovisual" é
uma modalidade criada pelo
músico japonês Ryoji Ikeda
(www.ryojiikeda.com/datamatics) que desenvolve imagens computadorizadas para
delas extrair, por transcodificação, sons que se transformam
em sinfonias e ambientam essas mesmas imagens.
Outro termo curioso, que
não é inédito na bibliografia
científica, mas que tende a se
popularizar depois do festival
de San José, é "wetware" (ferramentas vivas, em tradução livre) dado o sucesso do "Pigeon
Blog" (www.pigeonblog.mapyourcity.net). O projeto utiliza pombos-correio equipados
com um pequeno aparelho de
baixo custo desenvolvido pelos
artistas e que monitora as
quantidades de monóxido de
carbono e de óxidos de nitrogênio na atmosfera em algumas
regiões do Sul da Califórnia.
Esses dados são transmitidos
para o servidor do projeto e
transcodificados em informações visuais, que indicam os níveis da poluição.
(GB)
Texto Anterior: Arte eletrônica: Política e mídia se combinam na cena da criação digital Próximo Texto: Consumo: SonicBoom Índice
|