São Paulo, quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

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diversão

Jogos de realidade alternativa evoluem

TECNOLOGIA E FICÇÃO >> Interatividade, vídeos e redes sociais são usados para desvendar pistas em torneios virtuais on-line

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

A receita tradicional dos jogos de realidade alternativa (ARGs, na sigla em inglês) começa aos poucos a ganhar novos ingredientes. Esses jogos, que funcionam como gincanas virtuais, com mistura de tecnologia e elementos de realidade e ficção, são comumente associados à procura de pistas e à solução de mistérios.
Com a evolução do formato, a combinação de interatividade com internet, vídeos e redes sociais já é usada em outros gêneros, como a comédia, e até para a defesa de causas sociais.
Para Michael Andersen, editor do argn.com, site que é referência em informações sobre o assunto, o que esses jogos buscam na prática é explorar novas fronteiras na forma de contar uma história.
Normalmente eles utilizam desde sites próprios até vídeos no YouTube e redes sociais, como o Facebook. Usam ainda elementos de realidade, como busca de pistas em locais específicos e permitem aos participantes interferirem no rumo da história. "São histórias interativas que permitem o uso de diversas plataformas de mídia", resume.
Explorar novas formas de ARGs foi uma das motivações de Jim Babb e Tanner Ringerud para criar o jogo Must Love Robots (é preciso amar robôs, em tradução livre). Com uma série de vídeos na internet, caracterização e locações em diferentes pontos de Nova York, Babb criou uma comédia romântica em que os internautas precisam ajudar o robô a encontrar sua cara-metade.
Segundo Babb, 300 pessoas participaram ativamente da história e milhares viram os vídeos no YouTube ou no blog do jogo. Os interessados podiam falar com o robô por meio de uma linha direta de celular. O jogo durou três meses.
Apenas quatro atores participaram dos episódios. Os demais personagens eram participantes do jogo, gente que topou passar por caracterização e, em alguns casos, brincar de ter um robô como pretendente.
O episódio final funciona como um verdadeiro tour pelos pontos turísticos de Nova York e termina na Times Square. "Foi difícil filmar ali. Toda hora tinha gente tirando foto e um garoto pequeno resolveu que era uma boa ideia tirar o robô para dançar", disse Babb.

Ação educativa
Nem sempre a novidade é o gênero, e sim o propósito do jogo ou o público-alvo. Educadores já apostam em ARGs para estimular a curiosidade e o estudo. É o caso do jogo Find Chesia, lançado pela biblioteca pública de Finksburg, em Maryland.
Segundo a organizadora Heather Owings, o objetivo do jogo era reunir Chesia aos pais, de quem havia se perdido. O principal elo era um bracelete, cujas peças eram encontradas aos poucos por meio de pistas que incluíam muitas vezes a leitura de livros, revistas e artigos na internet. O jogo foi desenvolvido para um grupo de estudantes de 11 a 17 anos, em parceria com o clube de leitura no verão da biblioteca.
Um porém era a dificuldade para recolher pistas em locais mais distantes. A ideia agora é tornar o acesso às pistas mais simples para os alunos para que não dependam dos pais para levá-los até o local. "O jogo proporciona informação, estímulo a leitura e acesso a ferramentas de tecnologia, isso facilita o aprendizado", resume Owings.


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