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e-lixo e seus perigos
Estudo da ONU mostra Brasil no topo do ranking de produção per capita de lixo eletrônico vindo de computadores
Sharon Bay/Shutterstock
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AMANDA DEMETRIO
DA REPORTAGEM LOCAL
BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Brasil tem a maior produção per capita de lixo eletrônico
vindo de computadores entre
11 países emergentes e em desenvolvimento selecionados
para um estudo conduzido pelo
Pnuma (Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente).
A pesquisa da agência da ONU
foi divulgada no final de fevereiro pela organização.
Com o número de 0,5 quilo
de e-lixo per capita por ano, o
país está em piores condições
que o Quênia, Uganda, o Senegal, o Peru, a Índia, a China, a
África do Sul, o Marrocos, a Colômbia e o México.
Além do índice, a ONU criticou a legislação brasileira: "Informações sobre e-lixo no Brasil são escassas; em termos de
políticas e legislação, a falta de
uma lei abrangente de gestão
de resíduos pode ser vista como
o maior obstáculo para uma regulação específica do lixo eletrônico no Brasil."
Quantidades
Os valores foram calculados
pelo Pnuma com base em avaliações sobre lixo eletrônico de
cada país, mas alguns dados foram estimados. Foi avaliado o
mercado de PCs (incluindo
computadores de mesa com
seus monitores e notebooks),
impressoras, celulares, televisões e refrigeradores.
Dados de 2005 citados pelo
estudo da ONU mostram que o
país gera 96,8 mil toneladas por
ano de lixo oriundo de PCs, 17,2
mil toneladas por ano de restos
de impressoras, 2.200 toneladas por ano de descartes de celulares, 137 mil toneladas por
ano de lixo vindo de TVs e 115,1
mil toneladas por ano de restos
de refrigeradores.
Contaminação
Os resíduos de lixo eletrônico, quando não descartados
corretamente, acabam por contaminar solo e lençóis freáticos,
já que aparelhos
eletrônicos trazem
mais de 60 tipos diferentes de substâncias. Entre elas, muitas são tóxicas.
No Brasil, a questão se
agrava por não haver regulamentação específica para o assunto. Para minorar o problema, diversas organizações recebem doações de computadores
e algumas empresas providenciam o descarte ou reciclagem
de produtos usados.
Mas a logística reversa (o fabricante ou comerciante receberem de volta o que venderam) ainda não é prevista em lei
-a não ser nos casos das pilhas.
Com a aprovação da Política
Nacional de Resíduos Sólidos
-projeto em andamento no
Congresso-, a logística reversa
deverá se tornar obrigatória.
Nesta edição, saiba como
descartar corretamente seus
eletrônicos e conheça as doenças que podem ser causadas pelo descaso com o e-lixo.
96,8 mil
toneladas por ano é a
produção total, no
Brasil, de lixo eletrônico proveniente de
computadores de
mesa e seus monitores e notebooks
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