São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

Próximo Texto | Índice

e-lixo e seus perigos

Estudo da ONU mostra Brasil no topo do ranking de produção per capita de lixo eletrônico vindo de computadores

Sharon Bay/Shutterstock


AMANDA DEMETRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Brasil tem a maior produção per capita de lixo eletrônico vindo de computadores entre 11 países emergentes e em desenvolvimento selecionados para um estudo conduzido pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). A pesquisa da agência da ONU foi divulgada no final de fevereiro pela organização.
Com o número de 0,5 quilo de e-lixo per capita por ano, o país está em piores condições que o Quênia, Uganda, o Senegal, o Peru, a Índia, a China, a África do Sul, o Marrocos, a Colômbia e o México.
Além do índice, a ONU criticou a legislação brasileira: "Informações sobre e-lixo no Brasil são escassas; em termos de políticas e legislação, a falta de uma lei abrangente de gestão de resíduos pode ser vista como o maior obstáculo para uma regulação específica do lixo eletrônico no Brasil."

Quantidades
Os valores foram calculados pelo Pnuma com base em avaliações sobre lixo eletrônico de cada país, mas alguns dados foram estimados. Foi avaliado o mercado de PCs (incluindo computadores de mesa com seus monitores e notebooks), impressoras, celulares, televisões e refrigeradores.
Dados de 2005 citados pelo estudo da ONU mostram que o país gera 96,8 mil toneladas por ano de lixo oriundo de PCs, 17,2 mil toneladas por ano de restos de impressoras, 2.200 toneladas por ano de descartes de celulares, 137 mil toneladas por ano de lixo vindo de TVs e 115,1 mil toneladas por ano de restos de refrigeradores.

Contaminação
Os resíduos de lixo eletrônico, quando não descartados corretamente, acabam por contaminar solo e lençóis freáticos, já que aparelhos eletrônicos trazem mais de 60 tipos diferentes de substâncias. Entre elas, muitas são tóxicas.
No Brasil, a questão se agrava por não haver regulamentação específica para o assunto. Para minorar o problema, diversas organizações recebem doações de computadores e algumas empresas providenciam o descarte ou reciclagem de produtos usados.
Mas a logística reversa (o fabricante ou comerciante receberem de volta o que venderam) ainda não é prevista em lei -a não ser nos casos das pilhas. Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos -projeto em andamento no Congresso-, a logística reversa deverá se tornar obrigatória.
Nesta edição, saiba como descartar corretamente seus eletrônicos e conheça as doenças que podem ser causadas pelo descaso com o e-lixo.

96,8 mil
toneladas por ano é a produção total, no Brasil, de lixo eletrônico proveniente de computadores de mesa e seus monitores e notebooks


Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.