BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O LifeDrive, da Palm, é o primeiro micro de mão que traz embutido um microdisco rígido. Isso significa, essencialmente, que o espaço para guardar arquivos é muito maior -enquanto os PDAs tradicionais dificilmente superam, mesmo se o usuário comprar cartões de memória, a capacidade de 512 Mbytes, o LifeDrive tem 4 Gbytes.
Na prática, o espaço disponível é de 3,85 Gbytes -o suficiente para guardar aproximadamente dez filmes completos, 800 musicas no formato MP3 ou 2.000 fotos com boa qualidade de imagem. Trata-se de uma capacidade bastante razoável, mas que poderia ser maior -atualmente, existem tocadores musicais portáteis de 60 Gbytes.
A exemplo do que acontece nos toca-MP3, a inclusão de um disco rígido afeta negativamente a autonomia da bateria do LifeDrive. Durante testes feitos pela reportagem, ela agüentou apenas 140 minutos ao reproduzir um vídeo em tela cheia. Em tarefas mais simples, como uso de agenda e editor de textos, a autonomia é maior.
Por falar em vídeos, o portátil tem uma falha nesse quesito: vem desprovido de software para tocar arquivos gravados no formato DivX, que é o mais comum na internet. A instalação do programa gratuito Core Pocket (corecodec.org/projects/tcpmp) soluciona o caso.
A tela do LifeDrive tem resolução de 320x480 pontos e apresenta boa qualidade de imagem, com cores fortes e brilhantes. Ela é dominada pelo menu Favoritos, que reúne atalhos para as principais tarefas que o portátil pode desempenhar -exibir fotos ou vídeos, tocar MP3, gerenciar contatos e compromissos, abrir arquivos do Microsoft Office (por meio do soft Documents to Go, que integra o pacote) e navegar na internet. Também é possível ignorar essa tela e ir direto ao menu clássico do sistema Palm.
A conexão à rede, que já foi um problema nos micros de mão, ficou mais fácil no LifeDrive, que possui antenas Bluetooth e Wi-Fi. Quer dizer: além de navegar usando um celular Bluetooth (modalidade de acesso cara e geralmente lenta, mas que funciona em praticamente qualquer lugar), o usuário pode aproveitar os pontos de acesso Wi-Fi gratuitos presentes em cafés, bibliotecas e estabelecimentos comerciais.
As antenas Bluetooth e Wi-Fi podem ser desligadas quando inativas -isso melhora a segurança e economiza a bateria.
A navegação é feita por meio do browser Blazer, que adapta a formatação dos sites à tela do LifeDrive. A conversão não é perfeita, mas, como a tela pode ser usada na horizontal, o resultado é aceitável. Um botão de rolagem tornaria mais confortável a navegação -aparelhos de uso similar, como o celular Sony Ericsson P900 e o comunicador Blackberry, oferecem esse conforto.
Ao contrário de outros micros de mão, o LifeDrive não tem câmera fotográfica embutida. Por outro lado, como o aparelho possui uma entrada para cartão SecureDigital, pode ser levado em viagens para descarregar as fotos tiradas com uma câmera.
A escrita de dados continua sendo feita pelo método Graffiti, que requer o aprendizado de alguns caracteres especiais. Em compensação, a área de reconhecimento é virtual, ou seja, pode ser eliminada, aumentando a área útil da tela, com um clique.
O LifeDrive vem com softwares para Windows e Mac, mas não é automaticamente reconhecido por esses sistemas como um disco rígido removível. Para que isso ocorra, é preciso acionar a função Modo de unidade USB. O aparelho é fornecido com o tradicional programa Palm Desktop, mas também acompanha um aplicativo próprio, o LifeDrive Manager, específico para transferência de arquivos multimídia.
Se você pretende comprar um palmtop, tem preferência pelo sistema operacional Palm (que sofre forte concorrência do Windows Mobile, da Microsoft) e considera 3,85 Gbytes uma capacidade aceitável, o LifeDrive suscita interesse (R$ 2.199; www.palm.com/br).


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