|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NAVEGAÇÃO
Telefônica decide colocar restrições para utilização da internet de alta velocidade e cobrará extra por excessos
Speedy impõe limite a uso de banda larga
FERNANDA K. ÂNGELO
DA FOLHA ONLINE
Na semana passada, a Telefônica modificou os modelos de oferta de seu serviço de internet por
banda larga e anunciou que o Novo Speedy limitará o tráfego mensal dos novos assinantes. No novo
pacote básico, o usuário poderá
"consumir" 3 Gbytes por mês, englobando, por exemplo, visitação
a sites e downloads de músicas e
filmes -atualmente, o uso é livre.
A operadora diz que as mudanças beneficiarão os usuários, pois
"apenas 5% dos cerca de 400 mil
assinantes respondem por 60%
do tráfego total do serviço -e,
portanto, oneram os demais
95%". A Abusar (Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido) questiona os números e
afirma que os assinantes do
Speedy só têm a perder.
Para Horácio Belforts, presidente da entidade, a Telefônica estaria
buscando uma maneira de atender a mais clientes sem ampliar
sua rede. "O serviço está abarrotado, eles estão vendendo muito e
não querem gastar em melhorias
na infra-estrutura."
A Telefônica afirma que a mudança não prejudicará os assinantes, já que 3 Gbytes é o tráfego médio dos usuários do Speedy. Mas
Belforts diz que o consumo mensal de dados dos associados da
Abusar é muito maior que isso.
O que muda
Atualmente, diz Fabio Bruggioni, diretor de negócios de internet
da Telefônica, 92% dos usuários
do Speedy assinam o pacote de
256 kbps (milhares de bits por segundo) -a empresa também
oferecia pacotes de 512 Kbps e 2
Mbps. O desembolso mensal desses internautas -incluindo aluguel de modem e provedor- variava de R$ 110 a R$ 124.
Com a mudança, eles terão três
opções: 300 Kbps, 450 Kbps ou
600 Kbps. "Independentemente
da escolha, eles terão maior desempenho", afirma Bruggioni.
Belforts diz o contrário: "A Telefônica não tem nenhuma intenção de melhorar o serviço".
O primeiro pacote, de R$ 95
mensais, limita o tráfego a 3
Gbytes por mês. Já o Novo Speedy
450 dará direito a 10,5 Gbytes de
dados por um valor semelhante
ao pago atualmente pelo pacote
de 256 Kbps. O custo deverá variar de R$ 118 a R$ 127, conforme
o provedor escolhido. A versão
600 limita o tráfego a 15 Gbytes e
custa em torno de R$ 195.
Para ter uma idéia de quanto
significa 10,5 Gbytes de dados, o
volume é mais do que a soma da
visita a 30 mil páginas de internet,
o download de mil músicas, 72
horas de game on-line, download
de cerca de 500 programas e troca
de 4.000 arquivos de texto.
Procon
Embora os atuais assinantes do
Speedy não sejam obrigados a migrar para os novos pacotes, Bruggioni espera que cerca de 80% optem pela nova versão do serviço.
Segundo o Procon (Fundação
de Proteção e Defesa do Consumidor), a Telefônica não pode
exigir a mudança. Extinguir o serviço enquanto ele ainda tiver
clientes também contraria o Código do Consumidor. "Isso configuraria prática abusiva. Existe um
contrato e ele não pode ser alterado unilateralmente", explica Lucia Helena Magalhães, assistente
de direção do Procon-SP.
Ela diz que o Procon está acompanhando a transição para tentar
evitar que os antigos consumidores sejam prejudicados. Sobre os
usuários que ficaram sem conexão por conta das mudanças realizadas na rede da operadora na
semana passada, ela afirma que
"esse clientes têm o direito de
pleitear os descontos proporcionais na mensalidade".
Texto Anterior: Digitais são destaque em feira, que perde público e expositores Próximo Texto: Vírtua e Ajato contra-atacam com promoções Índice
|