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São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2003

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NAVEGAÇÃO

Telefônica decide colocar restrições para utilização da internet de alta velocidade e cobrará extra por excessos

Speedy impõe limite a uso de banda larga

FERNANDA K. ÂNGELO
DA FOLHA ONLINE

Na semana passada, a Telefônica modificou os modelos de oferta de seu serviço de internet por banda larga e anunciou que o Novo Speedy limitará o tráfego mensal dos novos assinantes. No novo pacote básico, o usuário poderá "consumir" 3 Gbytes por mês, englobando, por exemplo, visitação a sites e downloads de músicas e filmes -atualmente, o uso é livre.
A operadora diz que as mudanças beneficiarão os usuários, pois "apenas 5% dos cerca de 400 mil assinantes respondem por 60% do tráfego total do serviço -e, portanto, oneram os demais 95%". A Abusar (Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido) questiona os números e afirma que os assinantes do Speedy só têm a perder.
Para Horácio Belforts, presidente da entidade, a Telefônica estaria buscando uma maneira de atender a mais clientes sem ampliar sua rede. "O serviço está abarrotado, eles estão vendendo muito e não querem gastar em melhorias na infra-estrutura."
A Telefônica afirma que a mudança não prejudicará os assinantes, já que 3 Gbytes é o tráfego médio dos usuários do Speedy. Mas Belforts diz que o consumo mensal de dados dos associados da Abusar é muito maior que isso.

O que muda
Atualmente, diz Fabio Bruggioni, diretor de negócios de internet da Telefônica, 92% dos usuários do Speedy assinam o pacote de 256 kbps (milhares de bits por segundo) -a empresa também oferecia pacotes de 512 Kbps e 2 Mbps. O desembolso mensal desses internautas -incluindo aluguel de modem e provedor- variava de R$ 110 a R$ 124.
Com a mudança, eles terão três opções: 300 Kbps, 450 Kbps ou 600 Kbps. "Independentemente da escolha, eles terão maior desempenho", afirma Bruggioni. Belforts diz o contrário: "A Telefônica não tem nenhuma intenção de melhorar o serviço".
O primeiro pacote, de R$ 95 mensais, limita o tráfego a 3 Gbytes por mês. Já o Novo Speedy 450 dará direito a 10,5 Gbytes de dados por um valor semelhante ao pago atualmente pelo pacote de 256 Kbps. O custo deverá variar de R$ 118 a R$ 127, conforme o provedor escolhido. A versão 600 limita o tráfego a 15 Gbytes e custa em torno de R$ 195.
Para ter uma idéia de quanto significa 10,5 Gbytes de dados, o volume é mais do que a soma da visita a 30 mil páginas de internet, o download de mil músicas, 72 horas de game on-line, download de cerca de 500 programas e troca de 4.000 arquivos de texto.

Procon
Embora os atuais assinantes do Speedy não sejam obrigados a migrar para os novos pacotes, Bruggioni espera que cerca de 80% optem pela nova versão do serviço.
Segundo o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), a Telefônica não pode exigir a mudança. Extinguir o serviço enquanto ele ainda tiver clientes também contraria o Código do Consumidor. "Isso configuraria prática abusiva. Existe um contrato e ele não pode ser alterado unilateralmente", explica Lucia Helena Magalhães, assistente de direção do Procon-SP.
Ela diz que o Procon está acompanhando a transição para tentar evitar que os antigos consumidores sejam prejudicados. Sobre os usuários que ficaram sem conexão por conta das mudanças realizadas na rede da operadora na semana passada, ela afirma que "esse clientes têm o direito de pleitear os descontos proporcionais na mensalidade".


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