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futuro da internet
Conexão de usuário dá poder à nova rede
ANÁLISE >> Norte-americano Seth Godin, guru do marketing digital, fala sobre tendências; ele participa de conferência em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem web 2.0, em que o usuário consome e produz conteúdo, nem web 3.0, ou semântica,
em que dados da rede são interpretados pelas máquinas.
O que está prestes a tomar
conta da vida digital é a web4,
que tem a capacidade de conectar diferentes informações, facilitando a vida do usuário.
A previsão é de Seth Godin,
um dos gurus do marketing na
internet, que estará em São
Paulo nos próximos dias 1º e 2
de outubro para participar da
conferência Digital Age 2.0
(www.digitalage20.com.br).
"A rede mudou a minha vida.
Não consigo viver sem a Wikipédia ou o Google. Mas, ultimamente, estou desapontado",
disse em entrevista à Folha.
"O que os usuários de internet fazem para viver? O que
nós pagamos para que valha a
pena nos dar um navegador de
internet? Eu faço conexões. Eu
pego idéias idéias muito diferentes e as conecto de uma maneira útil. Outros fazem isso
com pessoas, ou com dinheiro
em vez de idéias. Mas somos
todos conectores."
O fato de o usuário fazer conexões é um dos pilares da
web4, de acordo com Godin. Os
outros dois são ubiqüidade, ou
onipresença, e identidade.
"Nós precisamos de ubiqüidade para construir a web4
porque ela é sobre atividade, e
não apenas informação. E a
maioria das atividades humanas ocorre off-line. Nós precisamos de identidade porque o
que nos é entregue é baseado
em quem você é, o que faz e do
que precisa. Nós precisamos de
conexão porque você não é nada sem o resto de nós", afirma.
Na prática
Um exemplo prático de como
essa teoria funciona se refere
ao cancelamento de um vôo.
"[A agenda do] meu telefone sabe que eu estou no vôo, sabe
que ele foi cancelado e sabe que
vôo eu devo levar em consideração no lugar. Ele usa dados
semânticos e me conta sobre isso. Bem mais importante: ele
sabe o que meus colegas estão
fazendo em relação a isso."
Outro exemplo, Godin tira do
todo-poderoso Google, que observa o que o usuário procura e
pode passar a indicar o que ele
deveria procurar, além de introduzi-lo a outros usuários
que procuram o mesmo.
E como fica a privacidade
diante de tantas transformações? "Privacidade é uma ilusão. Você pensa que tem privacidade, mas companhias de vídeo [que monitoram o entra-e-sai em empresas, por exemplo]
e de cartão de crédito discordam. Se já estamos diante da
câmera, temos que tirar algum
proveito disso."
Godin tem mais de dez livros
publicados (o mais recente não
tem edição brasileira; em tradução, chama-se sundae de almôndega: seu marketing está
fora de sintonia?) e já serviu de
conselheiro para diversas empresas iniciantes no mercado
de tecnologia. Para quem pretende se enveredar por esses
caminhos, ele dá um conselho:
"Vá. Não fure, não atrase. Vá.
Seja transparente, destemido e
rápido".
(DANIELA ARRAIS)
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