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DIVERSÃO
Com celular e som digital, Londres estréia a moda do mobile clubbing
Festa portátil é animada por toca-MP3 particulares
STEPHEN WEST
DO REGISTER
São 18h45, em uma noite garoenta de quarta-feira, na estação
de Waterloo, em Londres. O principal ponto de embarque está
mais cheio de gente do que o normal, devido a um atraso dos trens.
Rostos ansiosos olham fixamente
para as telas azuis, esperando a
deixa para correr para a plataforma, na esperança de conseguir
um lugar para sentar.
Uma senhora de meia-idade
com uma bolsa em uma mão e
com o telefone celular na outra
desvia os olhos da tela por um segundo e fixa o olhar perplexo em
duas jovens que começam a dançar ao som de seus tocadores portáteis de música. Ela se mexe para
verificar se seus sentidos não estão lhe pregando uma peça, quando uma fila formando um trenzinho passa velozmente por trás dela, com 20 ou 30 pessoas ouvindo
seus próprios toca-MP3. Outros
passageiros olham assombrados.
Bem-vindo ao mundo do mobile clubbing, a moda de aparecer
repentinamente em um logradouro público previamente combinado entre um grupo de pessoas, onde você começa a dançar
ao som de seu próprio tocador de
música digital ou rádio portátil.
A origem do conceito de mobile
clubbing não é clara, mas uma
coisa que se sabe é que, no mundo
das reuniões públicas em massa, o
mobile clubbing surgiu há cerca
de um ano e substituiu o flash
mobbing (mobilização instantânea em que um grupo combinava, via mensagens de texto em celular, um encontro em um determinado lugar público para fazer
coisas estranhas).
Em todo o Reino Unido, eventos são organizados pela internet,
informalmente, entre grupos de
amigos, e a notícia corre pelas salas de bate-papo e grupos de discussão. Mas qual a razão para as
pessoas se reunirem e, paradoxalmente, dançarem ao som de aparelhos individuais?
"Não existe nenhuma razão. Fazemos isso para nos divertir, fazemos porque podemos fazer", diz
Ben Cummins, um músico que,
com sua amiga Emma Davis, organizou outros eventos de mobile
clubbing no Reino Unido.
Davis, 28, quer dissipar o mito
de que se trata de uma manifestação metropolitana de jovens modernosos de Londres. "Há famílias que aparecem nos eventos.
Temos pessoas mais velhas e temos homens de negócios, mas todo mundo se diverte e não há nenhum problema", diz ela.
Beth Parker, uma jovem metropolitana modernosa de 20 anos,
diz: "Eu adoro dançar e me diverti
em um evento anterior na estação
da rua Liverpool". Ela está escutando James Zabiela & Sasha's
Breakbeat. Ela flutua com o ritmo,
não se importando com a atenção
da mídia e dos passageiros carrancudos.
Por toda a plataforma de embarque principal há um desfile
policromático e multicultural de
gente de sexos diferentes e de todas as faixas etárias, cuidando de
suas próprias vidas. O denominador comum parece ser um sentimento de diversão.
Muitos dos desamparados viajantes tentam obter imagens instantâneas com as câmeras de seus
telefones celulares, alguns até entram no espírito e aderem ao movimento. A maioria das pessoas
assiste perplexa.
Os funcionários da estação e a
polícia, que foram claramente
prevenidos, assistem. Eles estão
preparados para o pior, mas o
evento ocorre sem incidentes e
com um mínimo de inconvenientes para os passageiros.
Na esquina, a Polícia Britânica
de Transportes interroga Cummins e Davis, mas mesmo eles
têm de admitir que, embora houvesse um potencial problema de
segurança pública, eles não podiam condenar a conduta dos
cento e poucos participantes.
Cummins estava contente com
o resultado. "Todos se divertiram
bastante e não houve nenhum tipo de problema."
Sobre algum próximo evento,
ele afirma: "Vai acontecer. O que
importa é que qualquer um pode
ir junto e se divertir".
Tradução de Angela Caracik
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