São Paulo, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Próximo Texto | Índice

O que há por trás de um nome

Pesquisas de mercado e preocupação com o politicamente correto interferem na escolha da identidade de empresas e produtos

DANIELA ARRAIS
DA REPORTAGEM LOCAL

São 26 as letras do alfabeto inglês, mas infinitas as combinações que podem ser feitas com elas. Diversas empresas de tecnologia trabalham duro para criar nomes que caiam na boca do povo e se transformem em referência. Afinal, muita gente quer um iPod, e não um Zune, prefere o Orkut ao Facebook e assim por diante.
É pelo nome que uma marca começa a vender sua filosofia. E o processo para chegar a ele é trabalhoso. O nome tem que ser original, criativo, único; deve transmitir o conceito do produto e não pode ser ofensivo a um determinado grupo.
"O nome tem que ser único e diferente de todo o resto. Tem que ser apelativo, inspirador, sem ser completamente descritivo. Não pode entrar na vala do vulgar, do comum, do usual", afirma Vanessa Pasquini, especialista em "naming", que é o nome da área de atuação responsável por esse tipo de trabalho.
Segundo ela, o processo envolve pesquisas, busca de referências e entrevista com consumidores. "O primeiro passo é saber se o nome pode ser registrado. Também pensamos como o nome será visto em diversos países", diz. "O nome é uma convergência de significados, letras, sons, cores, texturas, associações. É um trabalho ao mesmo tempo muito criativo e muito técnico."
David Placek, especialista norte-americano que criou nomes como BlackBerry -o onipresente celular especializado em e-mails- e Zune -a tentativa da Microsoft de enfrentar o iPod-, ressalta o caráter duradouro do nome. "Olhando a competição, a longo prazo o nome é a única coisa que não podem tirar você. Podem até mexer com cores, padrões, logotipos, mas o nome você pode proteger pelo tempo que durar o produto", diz.

Famosos
A criação de um nome de uma marca também pode seguir caminhos inusitados e bem mais simples. Reza a lenda que o nome Apple surgiu quando, depois de três meses de trabalho, Steve Jobs decretou: "Se não me entregarem um nome até as cinco da tarde, a empresa vai ter o nome da minha fruta favorita, maçã."
Já a Adobe, empresa que faz programas como o Photoshop, teve seu nome tirado do rio Adobe Creek, que corria nos fundos da casa do fundador da empresa, John Warnock.
Nesta edição, descubra a origem de nomes de empresas e produtos relacionados à tecnologia, como Google, Yahoo!, Sony e LG.


Próximo Texto: Batismo de novo produto pode custar até US$ 150 mil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.