São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005

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ACESSO

Provedores baixam preços e ampliam opções para o usuário

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1995, navegar na internet era bem diferente. A tela tinha baixa resolução, limitando as páginas, e o humilde modem de 56 Kbps ainda estava em gestação nos laboratórios.
Hoje, a conexão dial-up permanece relativamente lenta, mas está muito mais acessível. Em 1996, pagavam-se R$ 25 por dez horas de conexão, serviço que atualmente pode ser obtido de graça.
"Os insumos baratearam muito. Uma linha telefônica custava US$ 1.000, e [o acesso] era um processo quase artesanal", explica Paulo Castro, que é diretor de planejamento do Terra e trabalhou na empresa NutecNet, que antecedeu o Terra e prestou consultoria à Embratel na abertura da internet comercial, em 1995.
Com a popularização da rede, os provedores começaram a oferecer planos ilimitados. "A empresa resolveu atender a um desejo latente no público, que era não ficar olhando no relógio na hora de navegar. É o mesmo desejo que você hoje vê expresso nesse movimento para a banda larga", diz Márion Strecker, diretora de conteúdo do UOL, provedor que em janeiro de 1999 lançou um plano mensal ilimitado por R$ 35 (esse preço começa hoje em R$ 14,90).
Esse ano também marcou a chegada da gigante America Online, cuja entrada no país levou concorrentes a uma redução de preços. Apesar disso, a AOL enfrentou problemas: teve de lutar na Justiça pelo site www.aol.com.br, que já pertencia a uma empresa brasileira, e seu CD de instalação causou polêmica pelas modificações que fazia no computador.
No início deste mês, a empresa demitiu 80 de seus 580 funcionários no Brasil, alimentando rumores de que possa deixar o país. Procurada pela reportagem, a AOL não se manifestou.
Em 2000, os provedores gratuitos sacudiram o mercado brasileiro. Embora tenham atraído muitos usuários, nem todos sobreviveram. UOL e Terra, por exemplo, abandonaram rapidamente seus serviços do gênero.
Para as operadoras de telefonia fixa, os provedores gratuitos podem ser lucrativos, pois estimulam as pessoas a usar a linha telefônica. Atualmente, a Brasil Telecom é acionista do iG e do iBest, dois dos maiores serviços de acesso grátis. Telefônica e Embratel também ofertam serviços do tipo.
Recentemente, o mercado de provedores gratuitos recebeu um reforço do serviço POP (www.pop.com.br), que passou a oferecer e-mail de 1 Gbyte.
Há também provedores que não só não cobram como também prometem pagar pequenas quantias ao internauta. Um exemplo é o Cresce.net (www.cresce.net), que promete R$ 24 a cada cem horas navegadas -o uso da linha continua pago.
O iBest, por sua vez, enfatiza parcerias com empresas como o Yahoo!, para a qual fornece a infra-estrutura para um serviço de acesso grátis. O iBest provê conexão a 60 provedores.
Os provedores pagos procuram se diferenciar com serviços de valor adicionado, como e-mail de alta capacidade e espaço para blogs (diários pessoais), além de conteúdo mais completo -o UOL, por exemplo, tem mais de mil canais diferentes, entre eles, o dicionário Houaiss.
Mas os provedores tradicionais não chegam a todas as cidades do Brasil. O UOL, por exemplo, atende a 2.600 localidades no país, e o Terra serve 2.000. Por isso, há empresas especializadas em atuar nas cidades que ainda não são atendidas.
Um exemplo é o serviço Samba (www.samba.net.br), que diz funcionar em qualquer cidade do Brasil e cobra R$ 14,90 mensais mais R$ 0,084 por minuto de conexão -o usuário se livra de pagar por ligações interurbanas.


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