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ACESSO
Provedores baixam preços e ampliam opções para o usuário
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 1995, navegar na internet
era bem diferente. A tela tinha
baixa resolução, limitando as páginas, e o humilde
modem de 56 Kbps ainda estava
em gestação nos laboratórios.
Hoje, a conexão dial-up permanece relativamente lenta, mas está
muito mais acessível. Em 1996,
pagavam-se R$ 25 por dez horas
de conexão, serviço que atualmente pode ser obtido de graça.
"Os insumos baratearam muito. Uma linha telefônica custava
US$ 1.000, e [o acesso] era um
processo quase artesanal", explica
Paulo Castro, que é diretor de planejamento do Terra e trabalhou
na empresa NutecNet, que antecedeu o Terra e prestou consultoria à Embratel na abertura da internet comercial, em 1995.
Com a popularização da rede,
os provedores começaram a oferecer planos ilimitados. "A empresa resolveu atender a um desejo latente no público, que era não
ficar olhando no relógio na hora
de navegar. É o mesmo desejo que
você hoje vê expresso nesse movimento para a banda larga", diz
Márion Strecker, diretora de conteúdo do UOL, provedor que em
janeiro de 1999 lançou um plano
mensal ilimitado por R$ 35 (esse
preço começa hoje em R$ 14,90).
Esse ano também marcou a chegada da gigante America Online,
cuja entrada no país levou concorrentes a uma redução de preços. Apesar disso, a AOL enfrentou problemas: teve de lutar na
Justiça pelo site www.aol.com.br,
que já pertencia a uma empresa
brasileira, e seu CD de instalação
causou polêmica pelas modificações que fazia no computador.
No início deste mês, a empresa
demitiu 80 de seus 580 funcionários no Brasil, alimentando rumores de que possa deixar o país.
Procurada pela reportagem, a
AOL não se manifestou.
Em 2000, os provedores gratuitos sacudiram o mercado brasileiro. Embora tenham atraído muitos usuários, nem todos sobreviveram. UOL e Terra, por exemplo, abandonaram rapidamente
seus serviços do gênero.
Para as operadoras de telefonia
fixa, os provedores gratuitos podem ser lucrativos, pois estimulam as pessoas a usar a linha telefônica. Atualmente, a Brasil Telecom é acionista do iG e do iBest,
dois dos maiores serviços de acesso grátis. Telefônica e Embratel
também ofertam serviços do tipo.
Recentemente, o mercado de
provedores gratuitos recebeu um
reforço do serviço POP (www.pop.com.br), que passou a oferecer e-mail de 1 Gbyte.
Há também provedores que
não só não cobram como também prometem pagar pequenas
quantias ao internauta. Um
exemplo é o Cresce.net (www.cresce.net), que promete R$ 24 a
cada cem horas navegadas -o
uso da linha continua pago.
O iBest, por sua vez, enfatiza
parcerias com empresas como o
Yahoo!, para a qual fornece a infra-estrutura para um serviço de
acesso grátis. O iBest provê conexão a 60 provedores.
Os provedores pagos procuram
se diferenciar com serviços de valor adicionado, como e-mail de
alta capacidade e espaço para
blogs (diários pessoais), além de
conteúdo mais completo -o
UOL, por exemplo, tem mais de
mil canais diferentes, entre eles, o
dicionário Houaiss.
Mas os provedores tradicionais
não chegam a todas as cidades do
Brasil. O UOL, por exemplo, atende a 2.600 localidades no país, e o
Terra serve 2.000. Por isso, há empresas especializadas em atuar
nas cidades que ainda não são
atendidas.
Um exemplo é o serviço Samba
(www.samba.net.br), que diz
funcionar em qualquer cidade do
Brasil e cobra R$ 14,90 mensais
mais R$ 0,084 por minuto de conexão -o usuário se livra de pagar por ligações interurbanas.
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