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TECNOLOGIA
Televisão do futuro converge para a Internet
ADRIANA LUTFI
da Reportagem Local
Hoje é o último dia do Broadcast and Cable, evento que reúne
engenheiros, diretores e pesquisadores de televisão no Riocentro.
O assunto principal das palestras
é o futuro da TV, já que ela tende a
transformar os seus sinais de
transmissão (que são analógicos)
em bits (sinais digitais) daqui a alguns anos.
Organizado pela Associação
Brasileira de Engenheiros de Televisão (Abert) e pela Sociedade
Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), um dos maiores desafios do evento é definir, de maneira clara, o conceito de TV digital: a maioria dos palestrantes do
congresso se refere a ela como a
TV de alta definição -também
chamada de HDTV (high-definition TV).
"A TV digital é também o resultado da convergência entre TV e
Internet", afirmou Valderez Donzelli, engenheira da TV Cultura.
"Qualquer tipo de TV, em um futuro próximo, será digital: ela será
uma transmissão de bits, via satélite, via Internet, via cabo ou por
ondas de rádio", disse.
Profissionais de TVs abertas
-como Globo, Cultura, Record e
SBT- e das TVs pagas querem
investir nessa novidade. Mas ainda não há um padrão para os sinais de transmissão no Brasil.
Além disso, a resolução da HDTV
é de 1.125 linhas, enquanto a convencional tem 525 linhas.
Nos Estados Unidos, até 2006
todas as casas terão seus sinais
analógicos de TV substituídos
por sinais digitais. No Brasil, a
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ainda não estabeleceu um prazo para definir padrões para esses sinais.
Convergência
A Philips apresentou, na feira
do evento, o CleverCast, uma placa de PC que, conectada à televisão, comprime os dados de vídeo
e áudio vindos da TV, reduzindo
o tamanho dos arquivos para enviá-los via satélite a um computador conectado à Internet.
Com lançamentos como esse e
aparelhos que gravam imagens
digitais como se fossem videocassetes, tudo indica que o usuário
vai assistir à TV como se estivesse
acessando a Internet.
"A convergência é inevitável",
disse o diretor de TV Nelson Hoineff. Um exemplo é a empresa
WebTV, da Microsoft, que criou
um sistema para acesso à Internet
via televisor.
Além disso, a TV do futuro será
não só ligada à Internet, mas também a qualquer outro aparelho
que demandar informações em
formato digital (bits), como o telefone e o fax.
A relação do telespectador com
a TV vai mudar muito com o tempo. Em vez de ficar preso à programação dos canais, o usuário
poderá acessar o programa via Internet, como se ele fosse um site.
A idéia é que o usuário faça um
download do programa para assisti-lo na hora que quiser.
Revolução
"Isso é uma revolução no comportamento do telespectador.
Aquela imagem da família e do
cachorro assistindo à novela das
oito acabou", disse Hoineff. "Ela
será também das nove, das dez.
Estará on line 24 horas."
"Uma pesquisa feita no ano passado mostrou, por outro lado,
que o usuário quer continuar a ter
um aparelho de TV e outro de
computador, e conectar os dois",
comentou Donzelli.
A ligação entre provedores de
Internet e TV a cabo já é o início
da TV digital. Para Donzelli,
"quando os sinais da TV a cabo se
tornarem digitais, como são os de
Internet, a TV digital já estará
pronta para entrar em casa".
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