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TESTE USP
Micro destinado a vendas em campo tem tela sensível ao toque; bateria apresenta poucas horas de durabilidade
Performance de subnotebook é razoável
DILVAN DE ABREU MOREIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA
O micro portátil Atlam Jr.
(www.atlam.net) aumenta a variedade de tipos de computador móvel no mercado brasileiro por ser um dos únicos modelos nacionais a se enquadrar na categoria subnotebook. Tem tela sensível
ao toque (touch screen) e apresenta algumas funcionalidades de
um Tablet PC.
Um subnotebook é um notebook, com dimensões e peso reduzidos, que não tem nenhuma unidade de disco flexível ou CD-ROM. Ele alia um bom poder de
processamento à compatibilidade com a plataforma Intel.
O Atlam Jr. avaliado (com Windows 98) oferece uma performance razoável em tarefas que incluem navegar na internet e utilizar aplicações como o Office.
Porém seu acabamento estético deixa a desejar se comparado aos
concorrentes importados.
Os manuais são muito superficiais e apresentam erros. Com o
Windows XP, recomenda-se acrescentar 128 Mbytes de memória para diminuir os acessos a disco, aumentar a performance e reduzir o consumo de energia.
O equipamento tem como público-alvo executivos em constante locomoção e automação de
áreas de força de vendas. Ele foi
capaz de executar os programas
do Office sem problemas, mas a
Atlam não forneceu nenhuma lista de software para automação de
vendas com esse equipamento.
Com um teclado reduzido e tela
LCD sensível ao toque de 8,4 polegadas (acompanhada por uma
caneta, semelhante às encontradas em palmtops), ele certamente
tem o hardware básico para esse
tipo de aplicação.
Como na maioria dos computadores de tamanho reduzido, o teclado apresenta dificuldades para
digitação. Ele tem uma barra de
espaço que só funciona bem se
pressionada no centro e não tem
as duas teclas reservadas do Windows (para acesso à barra Iniciar e
a menus pop-up).
O uso da tela sensível ao toque,
como opção para substituir o
mouse, não é totalmente satisfatório, pois há uma variação de
precisão de até 2 mm. Ou seja, ao
encostar a caneta em determinado ponto da tela, o cursor pode
aparecer a cerca de 2 mm de onde
o usuário desejava. Isso dificulta a
navegação na internet, mas é o suficiente para tarefas como exibir
apresentações de slides ou navegar por interfaces com menus de
botões grandes. Uma ferramenta
simula o botão direito do mouse.
O Atlam Jr. não permite posicionar a tela sobre o teclado ou girar a imagem mostrada na mesma, como alguns Tablet PCs fazem. Além do driver, nenhum
aplicativo específico para o uso
com a tela sensível ao toque
acompanha o produto.
Quanto à durabilidade da bateria, esse modelo mostrou-se ineficaz em relação a notebooks de
maior porte e em relação a subnotebooks do mercado internacional. Ele pode ser adquirido com
duas opções de bateria Lithium-Ion: com uma hora ou duas horas
de funcionamento (supondo o
uso de aplicativos que não exijam
muito uso do processador).
Há três opções de processador:
Intel Mobile Celeron de 600 MHz,
650 MHz ou o Pentium III
SpeedStep de 650 MHz.
Assim o grande vilão responsável pelo consumo de energia e pela baixa autonomia da bateria do
modelo testado é, provavelmente,
o processador usado pelo Atlam
Jr. O Mobile Celeron não tem a
tecnologia SpeedStep da Intel,
que reduz a frequência do processador quando é detectado o uso
da bateria. Para amenizar esse
problema, a empresa oferece um
kit que permite recarregar a bateria pelo acendedor de cigarros do
carro por US$ 90.
Devido à escolha de processador e da controladora de vídeo
3D, o modelo testado apresentou
temperaturas elevadas, tornando
o toque em algumas áreas desconfortável. Para lidar com parte
do calor gerado, o micro usa uma
ventoinha (cooler), que tem um
nível de ruído que pode ser inconveniente. Um incômodo extra nos
testes: quando o computador travava, era necessária a retirada da
bateria para reinicializá-lo. Felizmente ela é de fácil acesso.
O Atlam Jr. possui uma ampla
variedade de conexões de entrada
e saída de dados, sendo possível
conectar praticamente qualquer
tipo de dispositivo externo.
Além disso, o modem e a controladora de rede on-board facilitam a conexão a redes locais e à
internet. O micro também tem
um conector que permite acoplá-lo a uma base (dock station).
O modelo testado veio com
uma dock station com unidade de
disquete, CD-ROM, porta para
impressora, porta para mouse serial e duas portas PS/2.
O uso desse dispositivo diminuiu substancialmente a duração
da bateria, principalmente quando o CD-ROM é acionado. É recomendável usar a base com o computador conectado à rede elétrica.
Problema semelhante pode ocorrer com o uso de dispositivos USB
que consumam muita energia,
como impressoras portáteis e
scanners.
Instalação
O modelo testado já veio configurado de fábrica com o Windows 98 em português, mas sem o CD-ROM com o sistema operacional. Usamos discos próprios
para testes de restauração e de instalação do Windows XP.
Como se trata de um computador portátil, que utiliza componentes presentes em notebooks convencionais, não existem grandes problemas que dificultem a
instalação de sistemas operacionais como o Windows 98 e XP. No
entanto é sempre bom ter a última versão dos drivers que controlam os dispositivos do Atlam Jr.
Infelizmente o acesso a drivers atualizados através do site da Atlam é precário. Encontramos uma página para eles, porém eles não estavam disponíveis para download. Um bom suporte técnico agrega valor ao produto. Neste ponto a Atlam falhou.
Dilvan Moreira é doutor em engenharia eletrônica pela University of Kent at Canterbury e trabalha no programa de pós-graduação em computação do ICMC-USP. Colaborou Richard Lingner.
E-mail: dilvan@computer.org
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