São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2006

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Serviço legalizado funciona mal

Divulgação
Cena do filme "Vôo 93", que mostra o drama vivido por passageiros seqüetrados por terroristas, e está disponível na internet


Restrições na utilização dos longas e pouca variedade são principais defeitos das videolocadoras on-line

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

Some lentidão de download à falta de conteúdo e discussões sobre direitos autorais. Pronto. O que poderia (e parecia) ser fácil não é. Alugar ou comprar vídeos na internet exige paciência e equipamentos de ponta. Isso sem falar em conexão de alta velocidade.
A Folha testou os três principais sites que oferecem o serviço: MovieLink.com, Vongo.com e Cinemanow.com. Os três decepcionam. A frustração é pior para os internautas brasileiros: os serviços funcionam apenas nos EUA.
O processo de locação é simples, parecido com qualquer compra de DVDs em sites. Escolha o título, cadastre-se, pague e inicie o download. Mas é aí que está o problema. A reportagem baixou o filme "Vôo 93" usando uma conexão de 8 Mbps, e o download levou duas horas. Isso para uma resolução baixa, que lembra a do YouTube. Para qualidade equivalente à das TVs de plasma, é preciso esperar da noite para o dia. Ou seja, vá dormir e assista ao filme só no dia seguinte. Praticidade zero.
O segundo problema são os acervos precários. Qualquer locadora de bairro tem mais títulos e lançamentos. Os filmes "Crash - No Limite" e "O Segredo de Brokeback Mountain", que levaram Oscar de melhor filme e de melhor diretor neste ano, respectivamente, não estão no catálogo nem do Vongo nem do MovieLink nem do CinemaNow. E não é porque são filmes recentes. "O Massacre da Serra Elétrica", de 1974, e na moda aqui nos EUA, por conta de um remake em cartaz nos cinemas, não aparece na busca. Obras de cineastas importantes (e atuais), como o espanhol Pedro Almodóvar, também não constam. É de frustrar qualquer cinéfilo. O sistema dos três sites tem um agravante. Além de lento, é preciso instalar um programa próprio, parecido com o iTunes. Ou seja, mais espaço é desperdiçado.
O preço da locação varia de US$ 4 a US$ 20. Custa mais do que um DVD convencional.
Depois de feito o download, é preciso usar um gravador de DVDs para levar o filme à TV, ou um emaranhado de cabos para fazer a conexão. Pior: nem todos os vídeos podem ser gravados em disco. Lembra do programa que você baixou? Serve para isso. No MovieLink, só cem títulos estão disponíveis. Os sites ensinam o passo-a-passo disso tudo. É possível, claro, assistir na tela do computador, o que cansa a vista e pode ser desconfortável.
Alguns filmes só estão disponíveis na categoria locação. A liberação varia de acordo com contratos dos estúdios. Se a opção for alugar, é possível manter o título por 30 dias, uma vantagem. Nesse caso, é possível assistir ao filme várias vezes, mas a soma do tempo de exibição não pode ultrapassar 24 horas, uma desvantagem.
Um alerta: se você busca filmes de sexo explícito, esqueça. Nenhum dos três sites oferece o serviço. A triagem dos maiores de 18 anos seria mais um problema.
O Vongo tem um agravante em relação à concorrência. Não é possível comprar o vídeo, e cada filme fica disponível para o usuário "até segundas restrições". Quando a licença de exibição da Starz, emissora de TV a cabo dona do site, acaba, também termina o direito de o internauta possuir o filme (o programa instalado apaga automaticamente os dados).
Confuso? Resumo da ópera: vale mais a pena ir à velha locadora da esquina ou fazer o pedido on-line. Ao menos por enquanto.


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