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Serviço legalizado funciona mal
Divulgação
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Cena do filme "Vôo 93", que mostra o drama vivido por passageiros seqüetrados por terroristas, e está disponível na internet |
Restrições na utilização dos longas e pouca variedade são principais defeitos das videolocadoras on-line
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
Some lentidão de download à
falta de conteúdo e discussões
sobre direitos autorais. Pronto.
O que poderia (e parecia) ser fácil não é. Alugar ou comprar vídeos na internet exige paciência e equipamentos de ponta.
Isso sem falar em conexão de
alta velocidade.
A Folha testou os três principais sites que oferecem o serviço: MovieLink.com, Vongo.com e Cinemanow.com. Os
três decepcionam. A frustração
é pior para os internautas brasileiros: os serviços funcionam
apenas nos EUA.
O processo de locação é simples, parecido com qualquer
compra de DVDs em sites. Escolha o título, cadastre-se, pague e inicie o download. Mas é
aí que está o problema. A reportagem baixou o filme "Vôo
93" usando uma conexão de
8 Mbps, e o download levou
duas horas. Isso para uma resolução baixa, que lembra a do
YouTube. Para qualidade equivalente à das TVs de plasma, é
preciso esperar da noite para o
dia. Ou seja, vá dormir e assista
ao filme só no dia seguinte.
Praticidade zero.
O segundo problema são os
acervos precários. Qualquer locadora de bairro tem mais títulos e lançamentos. Os filmes
"Crash - No Limite" e "O Segredo de Brokeback Mountain",
que levaram Oscar de melhor
filme e de melhor diretor neste
ano, respectivamente, não estão no catálogo nem do Vongo
nem do MovieLink nem do CinemaNow. E não é porque são
filmes recentes. "O Massacre
da Serra Elétrica", de 1974, e na
moda aqui nos EUA, por conta
de um remake em cartaz nos
cinemas, não aparece na busca.
Obras de cineastas importantes (e atuais), como o espanhol
Pedro Almodóvar, também não
constam. É de frustrar qualquer cinéfilo. O sistema dos
três sites tem um agravante.
Além de lento, é preciso instalar um programa próprio, parecido com o iTunes. Ou seja,
mais espaço é desperdiçado.
O preço da locação varia de
US$ 4 a US$ 20. Custa mais do
que um DVD convencional.
Depois de feito o download, é
preciso usar um gravador de
DVDs para levar o filme à TV,
ou um emaranhado de cabos
para fazer a conexão. Pior: nem
todos os vídeos podem ser gravados em disco. Lembra do
programa que você baixou?
Serve para isso. No MovieLink,
só cem títulos estão disponíveis. Os sites ensinam o passo-a-passo disso tudo. É possível,
claro, assistir na tela do computador, o que cansa a vista e
pode ser desconfortável.
Alguns filmes só estão disponíveis na categoria locação. A
liberação varia de acordo com
contratos dos estúdios. Se a opção for alugar, é possível manter o título por 30 dias, uma
vantagem. Nesse caso, é possível assistir ao filme várias vezes, mas a soma do tempo de
exibição não pode ultrapassar
24 horas, uma desvantagem.
Um alerta: se você busca filmes de sexo explícito, esqueça.
Nenhum dos três sites oferece
o serviço. A triagem dos maiores de 18 anos seria mais um
problema.
O Vongo tem um agravante
em relação à concorrência. Não
é possível comprar o vídeo, e
cada filme fica disponível para
o usuário "até segundas restrições". Quando a licença de exibição da Starz, emissora de TV
a cabo dona do site, acaba, também termina o direito de o internauta possuir o filme (o programa instalado apaga automaticamente os dados).
Confuso? Resumo da ópera:
vale mais a pena ir à velha locadora da esquina ou fazer o pedido on-line. Ao menos por enquanto.
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