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MÚSICA NA INTERNET
Use o "Napster" com cautela
ÁTILA VITAL CAVALCANTE
da Reportagem Local
O que mais irrita os maníacos
por MP3 na hora de buscar suas
músicas preferidas na rede são os
links quebrados. Para quem odeia
passar por isso, uma alternativa é
usar o "Napster", que cria uma
conexão direta entre seus usuários para facilitar a troca de arquivos. Mas cuidado: o software pode ser perigoso.
O "Napster" (www.napster.com), que está na versão 2.0 Beta
5, possui três partes distintas e integradas: uma sala de chat (para
conversar com outros usuários
do aplicativo); a seção Hot List,
em que se registram os usuários
com bibliotecas mais interessantes; e uma área para controle de
transferência desses arquivos.
O programa traz duas vantagens. A primeira é que ele dispensa o "upload" (processo de postagem de um arquivo na Internet
para outros baixarem) do MP3.
Outra é a facilidade em obter
músicas. O usuário jamais se depara com links quebrados, que
não levam a arquivos algum.
Mas essas vantagens viram desvantagens quando a questão é segurança na Internet.
"Esse programa é absolutamente inseguro", alerta Adilson Sestenari, da Modulo Security Solutions, empresa brasileira especializada em segurança de redes (como Internet e intranets). "Não conheço a estrutura dele, mas por
essas características é preciso ter
cautela." Ele afirma que qualquer
hacker pode desenvolver um cavalo de Tróia para entrar em outras áreas do micro que possui o
"Napster". Cavalo de Tróia é um
arquivo executável que escraviza
a máquina para a manipulação
por um hacker.
Ilegalidade
Nos EUA, o "Napster" jogou
mais fogo na questão do MP3 como formato de distribuição de
músicas. E, também nesse aspecto, o internauta parece levar desvantagem.
No contrato de licença do Napster, mostrado na hora da instalação, há uma cláusula referente à
distribuição ilegal de músicas
protegidas por direito autoral
(copyright). "Copiar e distribuir
arquivos no formato MP3 sem
autorização pode violar leis de
copyright norte-americanas e estrangeiras. A obediência a essas
leis de copyright é de inteira responsabilidade sua", diz o trecho.
De acordo com o advogado especialista em direito autoral José
Carlos Costa Netto, que já presidiu o Conselho Nacional de Direito Autoral (entidade extinta que
era ligada ao Ministério da Cultura) de 1979 a 1983, o brasileiro que
utiliza o "Napster" pode estar infringindo a lei federal nº 9.610, de
19/2/98. Ela permite cópia sem
autorização apenas de trechos de
uma obra para uso privado.
"Quem usa o programa está
agindo como um provedor que
coloca músicas para download",
diz. "Se essa pessoa não possui
autorização para distribuir uma
obra, está agindo ilegalmente."
Também pode ser responsabilizado quem só copia o arquivo.
Se houver intuito de lucro com a
distribuição, Netto diz que a ação
constitui crime. "Dependendo da
gravidade, a detenção pode variar
de três meses a um ano ou reclusão de um a quatro anos."
Segundo o presidente da Addaf
(Associação Defensora de Direitos Autorais Fonomecânicos),
Dalton Vogler, a entidade estuda
uma legislação de copyright sobre
MP3 em conjunto com a Sociedade Latinoautor, que congrega associações de direito autoral de nações de língua latina.
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