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reportagem de capa
Com o viral, o consumidor trabalha para as agências
COMPORTAMENTO > Para que seja repassada naturalmente, a propaganda tem de ser bem-humorada, oferecer um benefício ou estimular alguma competição
DA REPORTAGEM LOCAL
Um piercing patrocinado e
uma foto no Picasa fazem uma
língua virar mídia -equivalente a um outdoor ou à catraca do
metrô. Até quinta-feira passada, estava no ar uma campanha
da Coca-Cola em que a empresa oferecia piercings de titânio
na língua de graça. O preço: carregar a marca dentro da boca e
registrar a façanha no site de
compartilhamento de fotos.
Divulgada somente nos
blogs, no Orkut e no YouTube,
essa ação é um exemplo de
marketing viral que usou a internet -e que resultou em 280
"anúncios linguais".
"[A comunicação viral] é um
processo social. As pessoas
querem buscar diferentes fontes de informações, principalmente na internet. O marketing quer saber como se beneficiar disso", diz Marcos Telles,
coordenador de cursos da
ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing
do Brasil).
Apesar de esse tipo de estratégia on-line ser usado há poucos anos, o mercado está mais
amadurecido. Para Sandro
Marques, professor de mídias
interativas da ESPM, uma campanha viral tem que ter uma
motivação que faça o consumidor trabalhar pela agência.
"Tem que ser tão legal, tão interessante, que as pessoas se encarreguem de transmitir as
mensagens [espontaneamente]. (...) Ou tem que dar algo de
graça", enumera. "Ou tem que
ter um componente de exclusividade. Todas as redes sociais
cresceram assim. Lembra que
precisava de convite para entrar no Orkut?"
A Espalhe Marketing de
Guerrilha, agência que fez a
campanha do piercing, mandou um kit para 80 blogueiros e
contatou administradores de
comunidades do Orkut relacionadas ao assunto, disse Gustavo Fortes, diretor de planejamento e criação. "Uma coisa é
ser atingido por uma propaganda; outra é um amigo seu falando que um produto é legal."
Para mensurar o alcance das
ações, as agências analisam a
repercussão quantitativa e a
qualitativa. Segundo Pedro Ivo
Resende, diretor da agência
Riot, a primeira pode ser mensurada pelo número de visualizações de um vídeo, de acessos
a um site ou de citações a uma
campanha. A segunda diz respeito ao tempo de permanência
em uma página, à relevância
dos canais que publicaram comentários e ao teor desses comentários.
(CR e DA)
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