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reportagem de capa
Realidade aumentada une virtual ao real
MISTURA Técnica que sobrepõe elementos pode ser vista em anúncios e games e deve interferir na medicina e na literatura
DA REPORTAGEM LOCAL
O homem entra na sala,
aponta para o nada e começa a
interagir com projeções ou com
a tela de um computador. Elementos virtuais são colocados
na vida real como se isso fosse a
coisa mais natural do mundo.
A cena -já vista em filmes
como "Minority Report"- pode não estar tão distante da sua
vida. Essa mistura do real com
o virtual, chamada realidade
aumentada, deve se tornar comum nos próximos anos, segundo a empresa Gartner.
E quem pensa que essa tecnologia ficará restrita a um só
grupo, pode se preparar. A previsão é que ela afete o jeito como se faz medicina, como se lê,
como se joga, como se anda pela cidade e até como se aprende.
Estritamente falando, esse
novo tipo de realidade "é o enriquecimento do ambiente real
com informações virtuais a ele
sobrepostas com precisão tridimensional, em tempo real e
com possibilidade de interação." Quem define é o professor
da Escola Politécnica da USP
(Universidade de São Paulo)
Romero Tori, que trabalha na
área desde 2003. Tori a diferencia da realidade virtual
-quando o real é "mascarado"
para que só se perceba o virtual.
"E existem várias formas de
se "aumentar" a realidade", ressalta o professor. Segundo ele, o
jeito mais comum (e barato) é
feito com os marcadores. Essas
imagens são exibidas para uma
câmera de computador que lê o
que está ali e substitui o marcador por um objeto virtual.
Outro jeito de usar a tecnologia é com um capacete, que acopla a câmera à cabeça do usuário. "A câmera capta o ambiente, ao qual são acrescidos os objetos virtuais", diz Tori. Existe
ainda a possibilidade de projetar os objetos virtuais.
E eu com isso?
Essa mistura pode parecer
pertencer ao mundo da ciência,
mas não é bem assim. Ainda
não se pode prever exatamente
como ou quando essa técnica
irá afetar sua vida, mas existem
indícios.
Tori conta que já são feitas
pesquisas do uso na medicina.
"Por exemplo, a projeção de um
raio X sobre a pele do paciente,
para ajudar na cirurgia."
Outro uso destacado por
Hans-Jörg Ulmer, da Absolut
Technologies, é o industrial
-marcadores estão sendo usados na fase de testes de peças de
navios. Já existem usos em games, educação e compras.
Sobre quando isso chegará a
todos, não existe uma data precisa. No Brasil, ações de publicidade simples já foram vistas
(leia mais em www.folha.com.br/circuitointegrado), e
Roberto Calderón, diretor da
ABCZ Comunicação Integrada
-que trabalha com a tecnologia- prevê que, nas compras
do Dia das Crianças, os brasileiros vão encontrar a tecnologia em alguns produtos. Tori é
mais cauteloso, mas acha que
"não demorará muito" para
que os celulares e videogames
incorporem a tecnologia.
(AMANDA DEMETRIO)
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