São Paulo, quarta-feira, 26 de agosto de 2009

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reportagem de capa

Técnica pode guiar personagens de jogos

DIVERSÃO Realidade aumentada engatinha no mundo dos jogos; livros infantis já incluem experiências com a tecnologia

DA REPORTAGEM LOCAL

Os jogos têm grande potencial para ser uma das áreas de maior destaque no uso da realidade aumentada. Prova disso é o TOPSS 3D Live, um jogo de cartas, que, ao serem exposta à câmera de computador, mostram um jogador de baseball que pode ser controlado com o teclado (veja em bit.ly/gamebb). Apesar das tentativas, o mercado ainda não decolou, já que nenhum título forte foi lançado com a tecnologia.
Segundo o professor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) Romero Tori, não demorará muito para que a técnica seja incorporada aos jogos. Outras tentativas estão sendo feitas e alguns brasileiros estão no meio disso.
O professor explica que a tecnologia pode ser usada "por exemplo, com a inserção de um vídeo, que será o avatar do usuário, no cenário do jogo; ou um "Pac-Man" em que os jogadores andam pelo ambiente "comendo" as vitaminas virtuais que aparecem."

Tendências
A técnica segue a tendência de imersão já apresentada pelas grandes empresas -a Nintendo com o Wii, a Microsoft com o Project Natal e a Sony com o controle mais sensível para PlayStation 3.
Tori diz apostar que a realidade aumentada irá no mesmo caminho que a realidade virtual, que foi incorporada pelos games. "A navegação em três dimensões, hoje comum nos jogos, surgiu de pesquisas em realidade virtual."
A produtora brasileira Hive, de olho na movimentação, anunciou que está criando um jogo que usará os marcadores de realidade aumentada no jeito de jogar.
Segundo Mitikazu Lisboa, diretor da empresa, o projeto ficará pronto em novembro, e o personagem do game poderá ser controlado por um marcador, que será reconhecido pela câmera do usuário. "A imagem vai guiar o personagem e controlar o jogo pela sua inclinação e velocidade." O controle convecional pelo computador também será possível.

Literatura
Além dos jogos, outro mercado de entretenimento que deve receber essa tecnologia de braços abertos é o da literatura. Segundo Geoffrey Long, do MIT (Massachusetts Institute of Technology), os programas de realidade aumentada, aliados aos smartphones e aos sistemas de localização, serão o futuro do ato de se contar histórias. Alguns livros infantis já usam a técnica para trazer os personagens até as crianças.
De acordo com Roberto Calderón, diretor da ABCZ Comunicação Estratégica, a agência já negocia com editoras brasileiras. Um dos problemas ainda é o preço -só a programação em 3D pode custar R$ 300 mil para um livro de 32 páginas.

Educação
O uso das técnicas da mistura de realidades também é visto como uma ferramenta de educação. Tori diz que a realidade aumentada pode ser usada "por exemplo, na manipulação de estruturas anatômicas em pleno ar, para aumentar a sensação de presença de um aluno à distância". (AD)


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