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Evento
Festival eletrônico faz panorama de arte digital
TENDÊNCTENDÊNCIAS>>Comedições em PortoAlegre e Rio de Janeiro, File reúne
obras de artistas de 30 países e convida espectador a interagir com trabalhos
Ricardo Jaeger/Folha Imagem
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Criança interage com a instalação "Move", no File em Porto Alegre |
DANIELA ARRAIS
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE
Um GPS (sistema de posicionamento global, na sigla em inglês) monitora todos os seus
passos e indica com precisão
aonde você tem que chegar. Pelas mãos de Cícero Silva e Marcos Khoriati, o aparelho ganha
uma função a mais, a de intervir
no espaço urbano, criando trajetórias digitais.
Mapas de Porto Alegre e do
Rio de Janeiro, extraídos do
Google Maps, são o ponto de
partida dos artistas, que propõem um desafio ao espectador: instalar no celular um software -desenvolvido por eles e
com sinal capturado em 12 satélites- e ser rastreado. Cada
passo gera desenhos coloridos
nos mapas das cidades, transformando um simples andarilho em artista digital.
O projeto "GPSarte"
(www.gpsart.net/ptm) é um
dos destaques do File (Festival
Internacional de Linguagem
Eletrônica), que teve início na
semana passada em Porto Alegre e, nesta semana, no Rio de
Janeiro -pela primeira vez, o
evento ocorre simultaneamente em duas cidades.
Os trabalhos vão de software
art a games, passando por realidade virtual, instalação e animação computadorizada. Cerca de 200 artistas de 30 países
mostram obras em que a experimentação é baseada em novas tecnologias.
Reunidas sob o tema "Se Liga", as obras têm como proposta fazer o público se conectar a
novas tecnologias. "Queremos
gerar conexões, potencializando as relações reais e virtuais",
afirma Liliana Magalhães, superintendente do Santander
Cultural.
No Santander Cultural, em
Porto Alegre, estão reunidos
trabalhos inéditos e outros referentes às últimas edições do
File, realizadas em São Paulo.
Para reunir as obras no File,
foram convidados os curadores
Ricardo Barreto e Paula Perissinotto. Ele, artista e filósofo;
ela, artista e produtora cultural
-ambos expõem no festival.
"Fizemos uma compilação
dos oito anos do File. Nem uma
retrospectiva, nem uma seleção das melhores obras, mas
um panorama para deixar o público "up to date" [em dia] com o
que está sendo feito em arte digital", afirma Perissinotto.
Apesar de usarem suportes
diversos, as obras reunidas no
File Poa têm em comum o estímulo à interação com o espectador. "Ele deixa de ter uma relação de contemplação ou de
fruição e passa a participar da
obra, fazendo a construção de
sentido de acordo com sua vivência", diz a curadora.
Um exemplo é a instalação
"Move", do norte-americano
Andrew Hieronymi, em que o
espectador se transforma em
um personagem do jogo e é
convidado a experimentar variados tipos de ação. "Pule, evite, persiga, arremesse, esconda-se e pegue", indica o jogo,
enquanto o visitante se depara
com obstáculos em formas
geométricas, como círculos e
retângulos.
A próxima edição do File está
prevista para agosto deste ano,
em São Paulo. O processo de
seleção, que pode ser feito pelo
site www.file.org.br, termina
no dia 1º de março.
A jornalista DANIELA ARRAIS viajou a convite
do Santander Cultural.
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