São Paulo, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

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Evento

Festival eletrônico faz panorama de arte digital

TENDÊNCTENDÊNCIAS>>Comedições em PortoAlegre e Rio de Janeiro, File reúne obras de artistas de 30 países e convida espectador a interagir com trabalhos

Ricardo Jaeger/Folha Imagem
Criança interage com a instalação "Move", no File em Porto Alegre


DANIELA ARRAIS
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Um GPS (sistema de posicionamento global, na sigla em inglês) monitora todos os seus passos e indica com precisão aonde você tem que chegar. Pelas mãos de Cícero Silva e Marcos Khoriati, o aparelho ganha uma função a mais, a de intervir no espaço urbano, criando trajetórias digitais.
Mapas de Porto Alegre e do Rio de Janeiro, extraídos do Google Maps, são o ponto de partida dos artistas, que propõem um desafio ao espectador: instalar no celular um software -desenvolvido por eles e com sinal capturado em 12 satélites- e ser rastreado. Cada passo gera desenhos coloridos nos mapas das cidades, transformando um simples andarilho em artista digital.
O projeto "GPSarte" (www.gpsart.net/ptm) é um dos destaques do File (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica), que teve início na semana passada em Porto Alegre e, nesta semana, no Rio de Janeiro -pela primeira vez, o evento ocorre simultaneamente em duas cidades. Os trabalhos vão de software art a games, passando por realidade virtual, instalação e animação computadorizada. Cerca de 200 artistas de 30 países mostram obras em que a experimentação é baseada em novas tecnologias.
Reunidas sob o tema "Se Liga", as obras têm como proposta fazer o público se conectar a novas tecnologias. "Queremos gerar conexões, potencializando as relações reais e virtuais", afirma Liliana Magalhães, superintendente do Santander Cultural.
No Santander Cultural, em Porto Alegre, estão reunidos trabalhos inéditos e outros referentes às últimas edições do File, realizadas em São Paulo. Para reunir as obras no File, foram convidados os curadores Ricardo Barreto e Paula Perissinotto. Ele, artista e filósofo; ela, artista e produtora cultural -ambos expõem no festival.
"Fizemos uma compilação dos oito anos do File. Nem uma retrospectiva, nem uma seleção das melhores obras, mas um panorama para deixar o público "up to date" [em dia] com o que está sendo feito em arte digital", afirma Perissinotto.
Apesar de usarem suportes diversos, as obras reunidas no File Poa têm em comum o estímulo à interação com o espectador. "Ele deixa de ter uma relação de contemplação ou de fruição e passa a participar da obra, fazendo a construção de sentido de acordo com sua vivência", diz a curadora.
Um exemplo é a instalação "Move", do norte-americano Andrew Hieronymi, em que o espectador se transforma em um personagem do jogo e é convidado a experimentar variados tipos de ação. "Pule, evite, persiga, arremesse, esconda-se e pegue", indica o jogo, enquanto o visitante se depara com obstáculos em formas geométricas, como círculos e retângulos.
A próxima edição do File está prevista para agosto deste ano, em São Paulo. O processo de seleção, que pode ser feito pelo site www.file.org.br, termina no dia 1º de março.


A jornalista DANIELA ARRAIS viajou a convite do Santander Cultural.


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