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AO VIVO, EM CORES
Nos EUA, entidades debatem o aumento de projetos de fiscalização das ruas com utilização de vídeo
Câmera de segurança reduz privacidade
SIOBHAN MCDONOUGH
DA ASSOCIATED PRESS
As câmeras de segurança podem ajudar a polícia e proteger
propriedades, mas também podem fazer as pessoas se sentirem
violadas e incomodadas. Seu amplo alcance não faz distinção entre
farristas em um desfile de rua e
transgressores em uma rebelião.
Câmeras de circuito interno estão se espalhando nas cidades,
uma moda reforçada pela preocupação com ataques terroristas e
por outras razões, como a mera
disponibilidade da tecnologia. "Se
eu for assaltada num caixa automático, ficarei feliz se o banco tiver câmeras para que a pessoa
possa ser encontrada", diz a americana Justine Stevens, 32. "Mas
me parece estranho ver câmeras
em elevadores monitorando o
comportamento das pessoas."
Sua compatriota Nikki Barnett,
31, parou de fazer sua "dança feliz" em elevadores depois de
aprender que muitos deles são
monitorados por câmeras. "Não
quero me retratar sob tal luz", diz.
"Câmeras usadas para suspeitos
específicos em momentos específicos são um bom reforço para a
lei"-, diz o professor de direito
Peter Swire, da Universidade do
Estado de Ohio- "Mas eu não
quero que elas façam parte dos
meus arquivos permanentes
quando eu me coçar na rua".
Na cidade de Nashville, Tennesse, uma escola instalou câmeras
que filmavam as crianças em trajes menores e até nuas nos vestiários. Os pais moveram um processo de US$ 4,2 milhões contra a
escola. Os funcionários alegam
que as câmeras foram posicionadas para observar uma porta de
saída e um corredor.
Algumas câmeras de circuito
interno ficam ligadas 24 horas.
Outras são ligadas apenas para
eventos específicos. Em Washington, 14 câmeras da polícia gravam
desfiles, manifestações ou quando a cidade entra em alerta de perigo. Elas são ligadas poucas vezes
ao ano, e o Departamento de Polícia cuida da divulgação.
Kevin Morison, porta-voz do
Departamento de Polícia, diz que
houve muito exagero quando as
câmeras foram adotadas. Críticos
alegavam que a polícia estava observando as pessoas saírem de casa para ir ao trabalho e voltarem à
noite. "Francamente, não temos
nenhum interesse nisso nem capacidade para fazê-lo" diz.
Tal sistema faz parte de outro
maior. Em um centro de comando da polícia, imagens dessas câmeras são observadas junto com
outras do sistema de metrô da cidade e do departamento de transporte entre outras.
Os críticos sustentam que a câmera mente -ou pelo menos engana. Uma conversa inocente pode parecer conspiratória, dependendo do ângulo, da iluminação,
ou de muitos outros fatores.
Para Paul Rosenzweig, pesquisador legal sênior na conservadora Fundação Herança, o mundo
de hoje exige que as pessoas sejam
mais abertas para o uso de câmeras. "Não se pode nadar contra a
maré do desenvolvimento tecnológico nem fechar os olhos para as
necessidades", diz. "Vivemos
uma circunstância diferente, necessária desde o 11 de Setembro."
Chicago está trabalhando em
planos para ligar mais de 2.000 câmeras de segurança em uma rede
que usaria um software sofisticado para alertar as autoridades de
potenciais crimes.
Em Los Angeles, o sistema é
equipado com um software especial, capaz de fazer reconhecimento facial.
New Orleans está instalando
um sistema sofisticado de combate ao crime composto de câmeras
a prova de balas, cada uma capaz
de rastrear uma área de oito quarteirões. Até agora, cerca de 240,
das mil câmeras propostas, estão
operando.
Tradução de Giulia de Marchi
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