São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

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CONFIRA AS DICAS DE ALGUNS FOTÓGRAFOS PROFISSIONAIS

CHRISTIAN CRAVO
www.christiancravo.com

Filho de pai brasileiro e mãe dinamarquesa, Christian Cravo, 34, nasceu no Brasil passou a adolescência na Dinamarca. Fotografa desde os 13 anos e especializou-se em fotos documentais do cotidiano de pessoas comuns. A confluência entre pessoas e a água está dentre seus temas favoritos.

-Pensar antes de apertar o botão. "Parece óbvio, mas não é. Não pode ser uma ação banal ou mecânica. Tem que ser um ato pensado, com reflexão".

-"O modo automático é bom para não perder o momento. É rápido, prático".

-Em ambientes escuros, a melhor coisa é aumentar o ISO e diminuir o flash.

-Não adianta nada ter uma câmera com 10 Mpixels se a lente é ruim. É um conjunto, uma sintonia entre máquina, definição e lente.

-"Fujam do zoom digital. É mesma coisa que tirar foto sem zoom e ampliar no Photoshop. Zoom óptico é muito melhor".

ANDRÉ SCHILIRÓ
http://andreschiliro.uol.com.br

Com mais de 25 anos de carreira, ele já clicou para editoriais de moda e campanhas publicitárias nas páginas das revistas Vogue, Mag!, Nova, Marie Claire, dentre outras. Ganhou no ano passado o prêmio Cool Awards como melhor fotógrafo de moda do Brasil. Já fotografou modelos como Gisele Bündchen, Adriana Lima, Isabeli Fontana, e muitas outras. Além de artistas como Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Adriane Galisteu e Luana Piovani.

-"Fotografar pela telinha é legal, facilita a idéia da composição. Dá para ter uma boa noção de enquadramento. Diminui aquela história de cortar a cabeça das pessoas".

-Usar o flash sob em dias muito claros. "É bom para reduzir as sombras".

-Em fotos ao ar livre, quase sempre a luz não ajuda. A dica é testar várias opções, várias fotos e clicar à vontade.

-Uma boa dica para tirar retratos é clicar na sombra e sem o flash. "A chance de dar certo é mais alta".

-Para fugir daquelas fotos posadas entre amigos ou familiares, pode-se buscar o inusitado durante os preparativos. Aproveite a preparação para extrair um detalhe bacana, uma pose inesperada.

IOLANDA HUZAK
www.iolandahuzak.com

Entre seus temas favoritos estão a mulher, o trabalho e a infância. Durante seus 35 anos de carreira acumulou importantes prêmios, como o Vladimir Herzog de Direitos Humanos, em 1994; e o prêmio Malba Tahan da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil, em 1996. Iolanda Huzak é co-autora de quatro livros e já exibiu suas fotografias na Bienal de São Paulo, no Museu da Imagem e do Som (MIS), capital paulista, e também no exterior, em Washington (EUA), Beijing (China) e em diversos países da Europa.

-"As pessoas devem se guiar pelo coração. E olhar com uma preocupação mais estética".

-Para fotografar crianças, preste atenção nos movimentos, na personalidade e olhares característicos deles. "Cartier-Bresson falava em "momentos decisivos". É importante tentar captar esses momentos da personalidade e do caráter das crianças".

-"Toda mãe conhece muito bem seus próprios filhos, sabe as caras e bocas, as reações e expressões. Como esse conhecimento fica mais fácil registrar certos momentos".

-É importante que as câmeras sejam rápidas. "Tem umas aí que demoram um pouquinho para bater a foto, não tem sincronia. Tem que ser instantânea. Frações de segundo mudam toda uma cena".

CAMILA BUTCHER
www.camilabutcher.com

É umas das fotógrafas mais requisitadas em festas e casamentos. Gosta também de retratos intimistas e introspectivos. Utiliza uma mescla de linguagem jornalística e artística para fazer suas fotografias. Em 30 anos de carreira já clicou o casamento de Gilberto Gil, Rita Lee, Denise Fraga e muitos outros. Participou de exposições na Pinacoteca de São Paulo e no MASP.

-"Parem de fotografar pela tela. Tem que fotografar pelo visor, sem a interferência do entorno. É importante ver o quadro fechado para compor a fotografia".

-Sempre tentar fotografar com luz natural. "Fotografia é captação de luz. Usar o flash só em último caso".

-Para fotografar em festas, "gire em torno das pessoas, procure a luz e o ângulo mais bonitos. É importante buscar a informalidade".

-Prestar atenção no ambiente é importante também. "Veja a movimentação das pessoas, procure locais estratégicos para se posicionar".

ARAQUÉM ALCÂNTARA
www.araquem.com.br

Fotógrafo, jornalista e professor, Araquém já trabalhou como repórter dos jornais "O Estado de S. Paulo" e "Jornal da Tarde". A partir do final da década de 70, começa a se interessar por assuntos ligados ao meio ambiente. Trabalhou também jornais "Cidade de Santos", "O Globo", "Tribuna de Santos" e na revista "IstoÉ", além de desenvolver projetos pessoais engajados em questões ecológicas e sociais. É autor de 17 livros de fotografia, sendo a maioria sobre ecossistemas nacionais. É um dos mais respeitados fotógrafos de bichos selvagens no mundo.

-Na composição de uma foto, olhe vários lados, espere o momento ideal. "Ter paciência é fundamental".

-"O iniciante geralmente não contempla, não tem paciência. O prazer, às vezes, está na espera. A beleza vem com o tempo e dedicação. Antes de tudo, de qualquer técnica, repare, olhe".

-Para fotografar bichos, "o Pantanal é um lugar fantástico. Tem que se camuflar e ficar "invisível". Boa parte dos bichos tem hábitos noturnos, acordar cedo é fundamental".

-"Uma dica é nunca usar cheiros [perfumes e desodorantes] e entender os ventos. Se posicionar com o vento batendo primeiro no bicho, depois em você. Se for o contrário, o bicho sente seu cheiro e foge".

-"Fale com os sertanejos, os ribeirinhos, saiba onde e quando os bichos costumam aparecer. É preciso entender e respeitar os hábitos dos animais".

-Nunca chegue muito perto, eles [os bichos] ouvem muito melhor que a gente. Com uma teleobjetiva de 300 ou 400 milímetros já dá para conseguir fotos boas de bichos.

CLÓVIS MIRANDA

Experiente repórter fotográfico e atual vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo, com a foto "Martírio no Presídio". Já atuou em vários veículos manauenses, "Diário do Amazonas", no extinto "Correio Amazonense", dentre outros periódicos. Hoje ele é fotógrafo e subeditor de fotografia de "A Crítica". Clóvis, em 20 anos de carreira, cobriu várias rebeliões em presídios, Copa América, e dezenas de outros fatos jornalísticos. A foto vencedora do Prêmio Esso 2008 pode ser vista em www.picturapixel.com/archive/?p=15362

-Saiba escolher uma boa câmera amadora. "Não pode se empolgar com quantidade de megas". Comprar uma máquina com lente boa, que tenha, no mínimo, duas programações além da opção automática. Que dê para alterar o ISO e a intensidade do flash.

-"Às vezes a máquina se engana. Por exemplo, você vai num local onde há muito branco, a máquina automática a faz a leitura errada do ambiente. O fotógrafo tem que dominar a máquina, não o contrário".

-"Não usar o flash é melhor. Na máquina amadora, ao alcance do flash chega, no máximo, a 1,5 metro. Tem máquinas amadoras que aceitam flash externo, aí já um pouco melhor."

-"O cartão [de memória] é importante. Você compra uma máquina barata e o barato sai caro. O cartão tem que ser preferencialmente SD ou CF. São cartões bons, mais disseminados e baratos".

BOB WOLFENSON
www.bobwolfenson.com.br

Uma dos mais famosos e requisitados fotógrafos de moda e de beldades. Começou a fotografar aos 16 anos, em 1970. Suas fotos podem ser vistas nas principais revistas brasileiras. Atua também em campanhas publicitárias e fotografa mulheres para a revista Playboy. Acaba de lançar o livro de ensaios "Cartas a Um Jovem Fotógrafo" (Editora Campus), onde aborda a questão da identidade autoral da fotografia. Além dessa obra, tem também publicações com suas fotos.

-Deixe fluir o encontro do fotógrafo com a pessoa fotografada. "Tem que ser algo bem natural, sem pressão ou muita expectativa".

-"Não gosto da espontaneidade, eu acho que é um senso comum. Procuro fugir do senso comum. Às vezes, fotos de pessoas contraídas são mais ricas e preciosas".

-"Eu penso que o retrato tem que mostrar o que a pessoa é. Tem gente que me fala: "ai, eu saí dura na foto". Respondo, "ué, você é dura".

-É bom trabalhar com o ISO, saber usá-lo bem. Flash, só se for com carga mínima.

-"Não vejo problema nisso [fotografar pela tela]. "Se a pessoa tem concentração, foco, a telinha é ótima".


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