São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2001

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Simulação militar recria emoção

KATIE HAFNER
DO "THE NEW YORK TIMES"

Um acidente põe à prova uma tropa do exército norte-americano: um veículo blindado bateu em um carro, ferindo uma criança, que fica deitada no chão.
Enquanto um médico examina a vítima, a mãe da criança chora, e transeuntes se juntam para observar a cena. Um tenente chega ao local e precisa tomar decisões: a agitação popular aumenta e outro batalhão pede ajuda pelo rádio.
A cena, que dura sete minutos, é uma simulação de computador, que funciona com reconhecimento de voz e foi desevolvida pela University of Southern California, nos EUA. O único participante humano é o tenente: todos os outros personagens, incluindo um sargento que conversa com o tenente, são criados pela máquina.
Para aumentar o realismo das simulações, os pesquisadores construíram uma sala especial, com uma tela de quase 180, três projetores de imagem e um sistema de som tridimensional. O sistema custou US$ 45 milhões.
O governo norte-americano desenvolve simuladores militares há anos, mas, até agora, os sistemas não levavam em conta os sentimentos dos soldados.
Segundo o cientista Barry Silverman, "a maioria dos jogos de computador é visualmente impressionante, mas não reproduz o comportamento humano". Ele quer descobrir o papel das emoções no front: "Como você se sentiria depois de marchar por 16 horas num calor escaldante e sentir a explosão de uma granada a poucos metros?", pergunta.


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