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ENTREVISTA
Pai do Orkut promete melhorar o site
PATRÍCIA BURGOS
DE BARCELONA
A mensagem "Bad, bad server.
No donut for you", que aparece
na tela dos usuários do Orkut
quando o servidor não funciona
direito, tem seus dias contados.
Pelo menos, é a promessa do
criador do site, o engenheiro de
programas Orkut Buyukkokten,
30, que esteve em Barcelona falando sobre a página de relacionamentos desenvolvida por ele
para o Google. Apesar de ainda
não ter uma data concreta, ele
acredita que a versão definitiva
deva ficar pronta nos próximos
12 meses. O serviço está no ar,
em testes, desde janeiro de 2004.
Segundo ele, há dois problemas para que ainda não seja possível definir quando o site ganhará status de acabado. O primeiro é que o Orkut não foi concebido para tantos membros.
"Quando eu escrevi o sistema,
não o fiz para suportar tantos
usuários e, quando o lançamos,
as pessoas começaram a se inscrever realmente rápido. Em
poucos meses, já tínhamos 1 milhão de usuários", diz Buyukkokten. O engenheiro de programas do Google explica que, para
encontrar uma solução, não basta apenas colocar mais máquinas e fazer a página mais rápida:
"Você tem de mudar a infra-estrutura dos códigos".
Segundo Buyukkokten, o serviço está melhorando, mas ainda não consegue satisfazer a demanda. "Se tornarmos o site
duas vezes mais rápido, os
membros da comunidade começarão a usá-lo três vezes
mais", reclama. E quem usa
muito a página ainda se depara
com erros. Durante a estada de
uma semana de Buyukkokten
em Barcelona -onde fez palestras em um curso no centro Ernest Lluch-, por exemplo, a comunidade esteve várias horas
fora do ar.
Além dos problemas técnicos,
o site sofre com comentários que
circulam na rede, de que os serviços passarão a ser cobrados ou
de que Google venderá informações pessoais dos usuários. Buyukkokten afirma não haver intenção de cobrar pelo acesso à
página ou de vender informações. Sobre o mau uso que alguns membros fazem da comunidade, diz: "As pessoas são pessoas mesmo no ciberespaço".
Apesar das críticas, o criador
está satisfeito com a criatura. "É
impressionante ver como o site
mudou a vida das pessoas."
Ele conta que será padrinho do
filho que um amigo nova-iorquino teve com uma garota da
Estônia. Eles se conheceram pelo site e depois se casaram.
O pai do Orkut também se diz
satisfeito e impressionado com a
presença brasileira -dos mais
de 8 milhões de usuários do Orkut, 73,84% são do Brasil. E o
número pode ser bem maior, já
que brasileiros que moram no
exterior colocam em seus perfis
o país em que vivem, e outros
optam por se identificar como
originários de lugares exóticos.
A forte presença brasileira surpreendeu a equipe do site. "Nós
perguntávamos por que o Brasil", diz Buyukkokten. "Depois
descobri que há muitos usuários
de internet no Brasil, aprendi sobre sua cultura, e meio que faz
sentido. O povo é amistoso, gosta de fazer amigos e de sair." Ele
lembra que, quando o número
de usuários brasileiros passou o
de americanos, ficou sabendo de
uma festa realizada em São Paulo para celebrar o feito. "Achei
muito simpático." Por isso, apesar de o site ter usuários em mais
de 200 países, sua primeira tradução foi para o português, lançada em abril passado.
Mas o serviço ainda não está
totalmente traduzido. A principal mensagem de erro, "Bad,
bad server. No donut for you",
continua em inglês. Na primeira
página, há uma falha na tradução. A frase para lembrar ao
usuário sua senha de acesso, originalmente "remember me", virou "lembrar-se de mim".
Buyukkokten diz que os brasileiros são prioridade máxima
para o serviço. "Nós estamos interessados em melhorar a experiência on-line dos brasileiros",
afirma o engenheiro do Google
-a empresa, por sinal, na semana passada comprou a brasileira
Akwan, dona do site de busca
Todobr, que pretende usar como base para sua expansão na
América Latina.
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