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No exterior
Veja dicas para evitar dores de cabeça na compra de importados
Produtos de revendedores internacionais não autorizados podem causar problemas, ainda que sejam mais baratos; fabricantes costumam ignorar garantia
MICHELLE KESSLER
DO "USA TODAY"
Você encontrou recentemente algum toca-MP3 player,
câmera digital ou outro produto eletrônico por um preço incrível? Cuidado: alguns sites
oferecem modelos importados
sem a garantia correspondente.
E alguns fabricantes contra-atacam recusando-se a consertar aparelhos importados sem
autorização. A batalha gira em
torno do crescente mercado
cinza, assim batizado porque fica no limiar da legalidade, diz
Steve Salter, um dos vice-presidentes da Better Business Bureau OnLine.
Muitos fabricantes fixam
seus preços segundo as flutuações cambiais e o perfil de mercado de cada país. Os revendedores do mercado cinza costumam comprar seus produtos
em países onde sejam mais baratos, geralmente na Ásia, e repassá-los para lugares onde
custem mais, obtendo lucro.
Os sites de leilão, como o
eBay, são locais onde se encontram produtos do mercado cinza. Cerca de US$ 40 bilhões giram nesse mercado todos os
anos, afirma a Aliança para o
Combate ao Mercado Cinza e à
Pirataria, um grupo que reúne
empresas, criado em 2001, para
tratar da questão.
Os fabricantes de eletrônicos
detestam a novidade representada por esse mercado. A Sony e
outras empresas costumam ignorar a garantia de seus produtos com essa origem.
A filial norte-americana da
fabricante japonesa de câmeras
Nikon oferece assessoria técnica apenas para produtos oriundos de revendedores autorizados. A empresa não conserta
equipamentos vindos do mercado cinza mesmo que os clientes estejam dispostos a pagar
pelo serviço.
A Lenovo, uma fabricante de
PCs, também se recusa a atender os donos de produtos adquiridos no mercado cinza.
A Garmin, que fabrica aparelhos GPS (sistema de posicionamento global por satélite),
avalia, caso a caso, se fornecerá
assistência aos compradores
desse mercado
Os distribuidores do mercado cinza dizem que tais políticas mantêm os preços altos. "A
venda de tais produtos é legal,
desde que seja feita abertamente e ofereça uma forma de os
consumidores terem acesso a
produtos bem mais baratos",
afirma Jason Peters, diretor da
área de atendimento ao cliente
da USA Photo Nation.
Mas os fabricantes de produtos eletrônicos dizem que os
compradores nem sempre sabem que estão adquirindo peças do mercado cinza, afirma
Dan Richards, editor da "Popular Photography".
Segundo Richards, alguns revendedores costumam adotar
manobras para baixar os preços, como vender câmeras digitais sem bateria e sem os cabos
que viriam com o produto. E
adulteram os números de série
para dificultar o rastreamento
dos equipamentos.
Até empresas que honram a
garantia de aparelhos adquiridos no mercado cinza, como a
Apple, aconselham seus clientes a comprar apenas em revendedores autorizados.
Há poucas estatísticas a respeito das reclamações surgidas
por conta desse mercado. Mas,
neste ano, mais de 33,6 mil pessoas denunciaram fraude em
leilões ao Centro de Denúncia
de Crimes Virtuais. Mais de
12,4 mil pessoas entraram com
uma reclamação porque pediram um produto, mas nunca o
receberam.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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