São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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entretenimento

Mentes de Hollywood recheiam Strike.TV

ORIGINAL >> Site criado depois da greve de roteiristas hospeda séries como "Anyone But Me", com profissionais do audiovisual

DA REPORTAGEM LOCAL

Para ver uma série feita por profissionais de Hollywood, no dia em que ela vai ao ar pela primeira vez, não é preciso recorrer à pirataria na internet.
O site Strike.TV mostra o trabalho de roteiristas, diretores e profissionais de shows como "The Office" e "Saturday Night Live". E eles não são responsáveis só pela criação -é deles o dinheiro na produção.
"Por causa dos baixos custos da produção em alta definição, da pós-produção e da distribuição via internet, tornou-se muito fácil para profissionais criarem shows originais sem a necessidade de apoiar-se nos estúdios tradicionais para arrecadar", disse à Folha, por e-mail, Peter Hyoguchi, fundador e presidente-executivo da Strike.TV.
Com isso, os criadores de programas contam com liberdade. "É uma coisa pioneira na história de Hollywood. Artistas nunca tiveram as condições para total liberdade de criação."
O site foi concebido durante a greve comandada pelo sindicato dos roteiristas dos EUA e lançado em outubro. Um dos objetivos é arrecadar fundos para profissionais prejudicados pela paralisação.

Pós-11 de Setembro
Uma das séries de sucesso do site é "Anyone But Me". Com Susan Miller ("The L Word", "thirtysomething") entre as roteiristas, tem como protagonista a garota Vivian McMillan (Rachael Hip-Flores), 16.
Ela representa a geração pós-11 de Setembro. "Jovens mais alertas, mais vulneráveis, mais conscientes de serem cidadãos globais (ou que deveriam ser!)", disse Susan Miller à Folha.
Vivian é uma jovem de Nova York que precisa sair da cidade por causa da saúde do pai. Ele é um bombeiro que trabalhou nos resgates das vítimas dos atentados, o que lhe legou problema nos pulmões.
O primeiro episódio -foram quatro ao ar, que podem ser vistos no site- já mostra que a série não se rende a estereótipos: enquanto Vivian despede-se da namorada, o pai espera tranquila e normalmente no carro. O namoro entre as jovens não é motivo de conflito.
Vivian é símbolo de uma geração em que as diversidades sexual e étnica não são barreiras para os (ainda complicados) relacionamentos.
Apesar das referências nova-iorquinas (o problema de saúde dos bombeiros, por exemplo, é real), Miller considera que "não é preciso viver nos EUA para sentir as reverberações do que acontece aqui ou em qualquer lugar".
"Para os brasileiros, "Anyone But Me" pode ser um meio de enxergar que existe algo que a geração pós-11 de Setembro (e os adultos que se importam com ela) compartilha; as lutas pessoais para se tornar o que realmente você é, para encontrar e vivenciar o amor, para experimentar tudo."
Miller elogia a interatividade -que "facilita o contato entre artista e público"- e o alcance proporcionado pela internet. "É incrível como "Anyone But Me" tem capacidade de abarcar culturas e gerações e encontrar espaço em um enorme mapa."
(GUSTAVO VILLAS BOAS)


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