|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA DIGITAL
Empresa oferece US$ 200 mi anuais, mas Sony prepara concorrente; softwares alternativos correm risco
Napster tenta um acordo com gravadoras
BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ameaçada de fechamento pela
Justiça dos EUA, a Napster tenta
sobreviver oferecendo dinheiro às
gravadoras norte-americanas.
A empresa, que distribui um
programa homônimo para troca
de arquivos musicais (www.napster.com), está sendo processada pelas gravadoras, que alegam violação de direitos autorais.
A próxima audiência do caso está
marcada para sexta-feira.
Segundo o plano da Napster,
cujos detalhes foram divulgados
na semana passada, os usuários
deverão pagar uma taxa mensal
pelo direito de copiar arquivos
MP3 usando a próxima versão do
"Napster". Sua data de lançamento não está definida.
A Napster não diz se manterá
uma versão gratuita do programa, mas revelou as tarifas que
pretende cobrar.
O sistema pago deverá ter duas
versões: batizada de "Basic Membership", a primeira custará de
US$ 3 a US$ 5 mensais e dará direito à transferência de um número limitado de músicas.
Quem optar pela "Premium
Membership" deverá pagar entre
US$ 5 e US$ 10 mensais, mas poderá fazer quantos downloads
quiser.
Segundo a Napster, os arquivos
do novo sistema terão qualidade
sonora igual ou inferior à dos arquivos MP3 de 128 Kbps, e os
usuários precisarão pagar taxas
adicionais se quiserem gravar as
músicas em CDs ou transferi-las
para aparelhos portáteis.
A Napster pretende usar o dinheiro arrecadado para remunerar as gravadoras: segundo as estimativas da empresa, seria possível pagar US$ 150 milhões anuais
para as maiores representantes da
indústria musical norte-americana e US$ 50 milhões anuais para
gravadoras independentes.
Mas o acordo pode fracassar: a
gravadora Sony, por exemplo,
disse que "os números propostos
pela Napster não fazem sentido"
porque são muito baixos.
Além disso, a empresa anunciou o seu próprio programa para
troca de arquivos, que poderá se
chamar "Duet" e já está sendo testado nos EUA.
Desenvolvido em parceria com
a empresa francesa Vivendi, o serviço deverá ser lançado nos próximos meses e será pago, embora
possa oferecer algumas músicas
gratuitamente.
As empresas não revelam quanto pretendem cobrar, mas a Vivendi diz que os usuários poderão
transferir as músicas para aparelhos portáteis compatíveis com os
cartões de armazenamento Memory Stick, da Sony.
Sobreviventes
Com a versão gratuita do
"Napster" ameaçada de extinção,
vários programas se candidatam
a sucedê-lo na preferência dos internautas (veja quadro ao lado).
Embora sejam mais difíceis de
usar, alguns dos sistemas são
muito resistentes a ataques judiciais: a rede Gnutella, por exemplo, é mantida pelos próprios internautas, dificultando seu fechamento.
Outra opção são servidores alternativos que complementam o
funcionamento do "Napster":
instalando acessórios como o
"Napigator 2",
os usuários podem trocar arquivos sem depender da situação jurídica da Napster.
Mas as gravadoras já tentam eliminar essa alternativa: segundo o
"The Wall Street Journal", semana passada a Riaa (associação que
reúne as maiores gravadoras norte-americanas) enviou 60 cartas
ameaçando sites e internautas
que mantêm servidores OpenNap, utilizados por programas
como o "Napigator 2".
Texto Anterior: Hugo Próximo Texto: Programa usa servidores alternativos Índice
|