São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2008

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jogos

Enfrente os seus ídolos pelo computador

DIVERSÃO > Via internet, jogadores comuns de xadrez, gamão ou pôquer têm chance de desafiar especialistas internacionais

CAROLINA ARAÚJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os principais torneios de xadrez são jogados na Europa, os de pôquer, em Las Vegas, e o campeonato considerado o Mundial de gamão, em Mônaco. Mas não é preciso viajar grandes distâncias para conhecer os melhores jogadores do mundo -a internet permite que aficionados interajam com seus ídolos sem sair de casa.
No Internet Chess Club (www.chessclub.com), o interessado por xadrez pode participar de torneios diários e ter aulas on-line com jogadores titulados pela Fide (Federação Internacional de Xadrez).
Para conhecer os grandes mestres, o caminho mais fácil é participar de simultâneas -um enxadrista joga várias partidas ao mesmo tempo- e acompanhar comentários de membros do top 10 mundial, como Morozevich, Grischuk e Carlsen, sobre torneios internacionais.
Só sócios têm todas essas possibilidades. Para se associar, é necessário fazer o down-load de um software no próprio site e pagar uma taxa anual de R$ 100, com desconto de 50% para estudantes. Para experiência, pode-se abrir uma conta gratuita, que dura sete dias e permite acesso ao clube.

Torneio on-line
De acordo com o administrador do ICC no Brasil, Mauro Amaral, dos 30 mil associados, cerca de 6.000 são brasileiros. O clube promove, anualmente, o Dos Hermanas, o principal torneio mundial on-line de xadrez blitz, com ritmo de jogo de três minutos para cada participante. As classificatórias reuniram, em 2008, 1.700 jogadores, número inimaginável em grande parte dos torneios ao vivo.
Dos 32 finalistas, 16 eram grandes mestres, mas o vencedor foi o palestino naturalizado norte-americano Jorge Sammour-Hasboun, que não está na lista dos melhores do mundo. Ganhou 2.000, um prêmio que parece irrisório em vários esportes, mas razoável para um torneio de xadrez.
Para amadores, outra possibilidade para melhorar no xadrez são as aulas on-line. O clube tem uma lista de professores certificados, e as aulas são realizadas em um tabuleiro reservado, bloqueado para outros sócios. Os professores também utilizam outros programas auxiliares, como Skype e softwares de treinamento de xadrez.
São as aulas on-line que permitem a Luís Coelho, único brasileiro ranqueado entre os 20 melhores professores do ICC, ter alunos em vários cantos do mundo -de Santos, onde mora, dá aulas para jogadores do Kuait, da África do Sul, do Panamá e da Nova Zelândia.

Interface
Nem sempre o site freqüentado por campeões é acessível para os amadores. É o que acontece com o gamão. Eduardo Faro, presidente da Federação Paulista de Gamão, afirma que os profissionais, como o brasileiro Washington Oliveira, jogam no Fibs (www.fibs.com). Mas, segundo ele, a interface do site não é nada amigável, o que pode dificultar a participação de iniciantes.
Para quem quer praticar, Faro recomenda o Netgammon (www.netgammon.com), que reúne 20 mil jogadores de 150 países e era, até alguns anos, o principal site da modalidade.
Para participar, é necessário baixar um software no site. O acesso é grátis durante os três primeiros meses. Depois, é preciso pagar uma taxa anual de R$ 100 para ter acesso a todas as funcionalidades. Além de jogar, é possível assistir a jogos e conversar com os adversários.
Victor Marques, jogador profissional entre 2003 e 2004, afirma: "Quando eu me dedicava ao gamão, jogava bastante no Netgammon porque, mesmo que grande parte dos usuários fosse de amadores, havia sempre partidas de alto nível".
Segundo Faro, a disseminação do gamão on-line provocou a redução na diferença entre o nível dos jogadores. "Com a maior interatividade, a diversidade de adversários e a facilidade de haver muitas partidas na internet, os amadores evoluem muito mais rápido", diz.


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