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Bonitinha...cara, burra e capenga
Com belas imagens, TV digital estréia apenas na Grande SP, sem interatividade e pedindo mais gastos
CAMILA RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
Finalmente a TV digital chega ao Brasil. As transmissões
oficiais das emissoras abertas
começam na noite do próximo
domingo, apenas na Grande
São Paulo. A promessa é de
imagens melhores que as da
analógica: o sinal pega ou não
pega, sem o meio-termo de
chuviscos e fantasmas.
Segundo normas do Fórum
do SBTVD (Sistema Brasileiro
de TV Digital), todas as emissoras abertas oferecerão sua programação, na íntegra, em formato digital a partir do próximo dia 2.
A maior parte dos programas
será exibida em SD, que significa definição padrão, melhor
que a atual, mas inferior à alta
definição (HD ou full HD).
O formato HD é melhor que o
de DVD, e é possível perceber
bastante diferença em relação
ao formato analógico até em televisões de tubo. O full HD só
poderá ser assistido em TVs de
alta resolução, que custam
mais de R$ 3.000.
Para usufruir desse benefício, entretanto, será preciso ter
uma antena UHF e adquirir um
conversor, que custará entre
R$ 499 e R$ 1.099; o governo
esperava que eles fossem oferecidos por cerca de R$ 250.
Grande parte dos assinantes
de TV paga vai precisar de duas
caixinhas: a usada atualmente e
o conversor para a TV digital
aberta. Até agora, só a Net tem
conversor híbrido.
Vantagens alardeadas da TV
digital também não estarão
acessíveis por enquanto. A escolha entre diversos programas
simultâneos em um mesmo canal ainda não é viável, e a interatividade ainda está longe de
se tornar realidade.
Como o sistema Ginga, responsável por essa funcionalidade, está ainda em fase de testes,
é bem provável que o conversor
adquirido hoje fique obsoleto
em apenas um ano, quando o
software que tirará a burrice da
caixinha deve ficar pronto.
As emissoras dizem que estão se preparando para oferecer programas interativos, mas
há ainda outra questão a solucionar: não foi definido qual será o canal por onde o telespectador mandará suas respostas
-se a rede telefônica comum
ou a banda larga.
É claro que essa tecnologia
vai amadurecer; afinal, está
apenas começando o que deve
ser a principal mudança da televisão desde o lançamento, no
Brasil, dos aparelhos coloridos
na década de 1970. Por isso, se
você ainda não quiser ou puder
se adaptar, pode ficar tranqüilo: o sinal analógico estará disponível até julho de 2016.
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