São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2007

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Bonitinha...cara, burra e capenga

Com belas imagens, TV digital estréia apenas na Grande SP, sem interatividade e pedindo mais gastos

CAMILA RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Finalmente a TV digital chega ao Brasil. As transmissões oficiais das emissoras abertas começam na noite do próximo domingo, apenas na Grande São Paulo. A promessa é de imagens melhores que as da analógica: o sinal pega ou não pega, sem o meio-termo de chuviscos e fantasmas.
Segundo normas do Fórum do SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital), todas as emissoras abertas oferecerão sua programação, na íntegra, em formato digital a partir do próximo dia 2.
A maior parte dos programas será exibida em SD, que significa definição padrão, melhor que a atual, mas inferior à alta definição (HD ou full HD).
O formato HD é melhor que o de DVD, e é possível perceber bastante diferença em relação ao formato analógico até em televisões de tubo. O full HD só poderá ser assistido em TVs de alta resolução, que custam mais de R$ 3.000.
Para usufruir desse benefício, entretanto, será preciso ter uma antena UHF e adquirir um conversor, que custará entre R$ 499 e R$ 1.099; o governo esperava que eles fossem oferecidos por cerca de R$ 250.
Grande parte dos assinantes de TV paga vai precisar de duas caixinhas: a usada atualmente e o conversor para a TV digital aberta. Até agora, só a Net tem conversor híbrido.
Vantagens alardeadas da TV digital também não estarão acessíveis por enquanto. A escolha entre diversos programas simultâneos em um mesmo canal ainda não é viável, e a interatividade ainda está longe de se tornar realidade.
Como o sistema Ginga, responsável por essa funcionalidade, está ainda em fase de testes, é bem provável que o conversor adquirido hoje fique obsoleto em apenas um ano, quando o software que tirará a burrice da caixinha deve ficar pronto.
As emissoras dizem que estão se preparando para oferecer programas interativos, mas há ainda outra questão a solucionar: não foi definido qual será o canal por onde o telespectador mandará suas respostas -se a rede telefônica comum ou a banda larga.
É claro que essa tecnologia vai amadurecer; afinal, está apenas começando o que deve ser a principal mudança da televisão desde o lançamento, no Brasil, dos aparelhos coloridos na década de 1970. Por isso, se você ainda não quiser ou puder se adaptar, pode ficar tranqüilo: o sinal analógico estará disponível até julho de 2016.


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