São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2000


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INTERNET BRASILEIRA

País terá 11,6 mi de internautas em 2001

MARIJÔ ZILVETI
da Reportagem Local

A Internet brasileira comemora os 500 anos de Descobrimento apresentando muitos sites sobre a história e a cultura do país e também mostrando crescimento explosivo, em que o destaque é a enorme expansão da área corporativa.
As maiores empresas estão presentes na rede, oferecendo serviços, negócios ou pelo menos fazendo o seu marketing. Elas disputam a atenção dos mais de 7 milhões de internautas brasileiros, que devem chegar a mais de 11 milhões no ano que vem.
Em dezembro de 1996, havia 6.595 nomes de domínios (nome que vem depois do www) comerciais.
Um ano depois, saltou para 22,9 mil o número de domínios comerciais. Até dezembro passado, havia 137,6 mil registros com a extensão .com.br. A cada dia, são cadastrados 1.200 domínios. E 95% são empresariais.
Em números de hosts (computadores conectados permanentemente à Internet), o Brasil ocupa o 13º lugar no ranking mundial.
Com 446.444 hosts, já passou a Espanha e deve ultrapassar a Suécia até o final de 2001, pelos cálculos de Ivan Moura Campos, coordenador do Comitê Gestor da Internet no Brasil. "A área comercial tomou conta. E esse era o objetivo", diz o coordenador do CG.
Esses números impressionam se compararmos com a quantidade de internautas que acessavam a rede mundial cinco anos atrás, quando a Internet era restrita ao meio universitário e apenas alguns milhares de computadores estavam conectados à rede.
A Internet brasileira deve fechar o ano com 8,4 milhões de internautas, e até 2001 calcula-se que 11,6 milhões de pessoas no Brasil estarão usando a rede para fazer compras de casa, mandar e receber e-mail e surfar por sites.
É o que prevê o instituto de pesquisas norte-americano Jupiter (www.jup.com).

Mercado competitivo
Em entrevista por telefone, o analista-sênior para a América Latina da Jupiter, Lucas Graves, atribui o sucesso da Internet brasileira ao mercado extremamente competitivo de provedores de acesso.
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, órgão criado há cinco anos para coordenar as iniciativas de Internet no país, é uma espécie de zelador da rede brasileira.
Trata também das questões de engenharia de rede, segurança e formação de recursos humanos. A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) foi contratada pelo CG para cuidar dos registro de domínio.
Com uma portaria, a Internet foi declarada um serviço desregulamentado e de valor adicionado sem outorga (qualquer um pode ser provedor). Outra medida tomada pelo Ministério das Comunicações foi que todos podiam ser provedores por linha telefônica, menos companhias telefônicas.
Moura Campos cita agora outro desafio do Comitê Gestor: "O país vai entrar na chamada sociedade da informação e é preciso discutir que sociedade queremos para o Brasil".
O Brasil não quer entrar nessa era da informação sem se posicionar, sem saber para onde ir, reflete Moura Campos. "É preciso haver conteúdo em português."
O professor Hartmut Glaser, coordenador dos domínios na Fapesp, acredita ainda que a Internet vai mudar radicalmente a forma das relações sociais.
"O comércio eletrônico ainda é incipiente no país, mas, nas próximas décadas, compras serão feitas em grande escala pela rede."


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