|
Próximo Texto | Índice
INTERNET BRASILEIRA
País terá 11,6 mi de internautas em 2001
MARIJÔ ZILVETI
da Reportagem Local
A Internet brasileira comemora
os 500 anos de Descobrimento
apresentando muitos sites sobre a
história e a cultura do país e também mostrando crescimento explosivo, em que o destaque é a
enorme expansão da área corporativa.
As maiores empresas estão presentes na rede, oferecendo serviços, negócios ou pelo menos fazendo o seu marketing. Elas disputam a atenção dos mais de 7
milhões de internautas brasileiros, que devem chegar a mais de
11 milhões no ano que vem.
Em dezembro de 1996, havia
6.595 nomes de domínios (nome
que vem depois do www) comerciais.
Um ano depois, saltou para 22,9
mil o número de domínios comerciais. Até dezembro passado,
havia 137,6 mil registros com a extensão .com.br. A cada dia, são cadastrados 1.200 domínios. E 95%
são empresariais.
Em números de hosts (computadores conectados permanentemente à Internet), o Brasil ocupa
o 13º lugar no ranking mundial.
Com 446.444 hosts, já passou a
Espanha e deve ultrapassar a Suécia até o final de 2001, pelos cálculos de Ivan Moura Campos, coordenador do Comitê Gestor da Internet no Brasil. "A área comercial tomou conta. E esse era o objetivo", diz o coordenador do CG.
Esses números impressionam
se compararmos com a quantidade de internautas que acessavam
a rede mundial cinco anos atrás,
quando a Internet era restrita ao
meio universitário e apenas alguns milhares de computadores
estavam conectados à rede.
A Internet brasileira deve fechar
o ano com 8,4 milhões de internautas, e até 2001 calcula-se que
11,6 milhões de pessoas no Brasil
estarão usando a rede para fazer
compras de casa, mandar e receber e-mail e surfar por sites.
É o que prevê o instituto de pesquisas norte-americano Jupiter
(www.jup.com).
Mercado competitivo
Em entrevista por telefone, o
analista-sênior para a América
Latina da Jupiter, Lucas Graves,
atribui o sucesso da Internet brasileira ao mercado extremamente
competitivo de provedores de
acesso.
O Comitê Gestor da Internet no
Brasil, órgão criado há cinco anos
para coordenar as iniciativas de
Internet no país, é uma espécie de
zelador da rede brasileira.
Trata também das questões de
engenharia de rede, segurança e
formação de recursos humanos.
A Fapesp (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo)
foi contratada pelo CG para cuidar dos registro de domínio.
Com uma portaria, a Internet
foi declarada um serviço desregulamentado e de valor adicionado
sem outorga (qualquer um pode
ser provedor). Outra medida tomada pelo Ministério das Comunicações foi que todos podiam ser
provedores por linha telefônica,
menos companhias telefônicas.
Moura Campos cita agora outro
desafio do Comitê Gestor: "O país
vai entrar na chamada sociedade
da informação e é preciso discutir
que sociedade queremos para o
Brasil".
O Brasil não quer entrar nessa
era da informação sem se posicionar, sem saber para onde ir, reflete Moura Campos. "É preciso haver conteúdo em português."
O professor Hartmut Glaser,
coordenador dos domínios na Fapesp, acredita ainda que a Internet vai mudar radicalmente a forma das relações sociais.
"O comércio eletrônico ainda é
incipiente no país, mas, nas próximas décadas, compras serão feitas em grande escala pela rede."
Próximo Texto: Empresas fazem marketing na rede Índice
|