São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009

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Exigência de provedor é polêmica

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dúvida é recorrente no mundo da banda larga: além de pagar pela conexão, é preciso assinar um provedor? A resposta, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), é que sim.
No entanto, disputas jurídicas e tecnologias diferentes mudam essa realidade.
A tecnologia ADSL, que utiliza os cabos de linha telefônica, necessita de um provedor de conteúdo, de acordo com a lei. Ou seja, além de garantir a conexão, é preciso contratar um provedor, como Terra, UOL ou Globo.com para ter uma porta de entrada.
Outras tecnologias, como as que utilizam cabos das TVs por assinatura ou conexão via rede celular 3G, dispensam a contratação por parte do usuário, mas isso não significa que não exista um provedor.
A diferença é que não é necessário ter contratos com duas prestadoras de serviço.
"A Anatel já deu seu parecer: a operadora fornece conectividade e o provedor, acesso. Essa regulamentação diz que o mercado não pode ter ofertas ADSL com acesso direto", diz Eduardo Fumes Parajo, presidente da Abranet (Associação Brasileira de Provedores Internet).
"Essa é a melhor maneira de evitarmos uma maior verticalização do setor, que seria muito perigosa", diz Parajo.
Horácio Belfort, presidente da Abusar (Associação Brasileira de Usuários de Acesso Rápido), considera a contratação de um provedor de conteúdo uma exigência descabida.
"Nós temos inúmeros relatos de usuários que decidiram cessar o pagamento mensal do provedor e ainda assim continuam se conectando sem nenhum entrave", afirma Belfort. "Isso prova que tecnicamente não é preciso pagar por esse serviço", afirma.
Os provedores, por seu lado, dizem que, além de conteúdo, oferecem segurança, suporte técnico e uma melhor experiência de conexão.

Provedores
Quatro provedores de conteúdo se destacam no Brasil.
O UOL tem uma carteira de 1,83 milhão de assinantes -1,2 milhão das contas são de banda larga. O Terra possui 2,4 milhões de assinantes, sem discriminar quantos são de banda larga. O iG diz ter 1,3 milhão de assinantes banda larga. A Globo.com não revela o número.
Porém a realidade pelo Brasil afora é bem diferente daquilo que se vê nos grandes centros urbanos.
O mercado de provedores é diluído entre milhares de pequenas empresas. "Essas micro e pequenas empresas oferecem de e-mail, blogs e construção de sites a conteúdos e serviços especializados. Os responsáveis pelo crescimento da internet brasileira são esses provedores espalhados pelo Brasil inteiro", afirma Parajo, da Abranet.
Um estudo do Grupo Teleco, que mostra o cenário do primeiro trimestre de 2008, diz que os pequenos provedores levam acesso a 74,2% dos municípios brasileiros.
Mas existem muitas desigualdades nessa divisão. Roraima tem apenas 20% de seus municípios atendidos por algum provedor; o Piauí, 28%.
Esses provedores pequenos têm, em média, pouco mais de mil assinantes, diz o estudo. (GF)


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