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alta velocidade
Serviço é caro e nem sempre tem rapidez
AVALIAÇÃO Estudo divulgado pela ONU mostra que custo mensal da banda larga chega a 10% do salário médio no Brasil
GAVROCHE FUKUMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Brasil está entre os dez países com maior número de
usuários de banda larga no
mundo -no último trimestre
de 2008, ocupava a nona posição em ranking divulgado pela
agência britânica Point Topic.
Mas quantidade não implica
qualidade: estudo realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) coloca o país em
77º lugar entre 154 países avaliados segundo o desenvolvimento em telecomunicações.
Um dos problemas é que o
serviço de banda larga é caro
-paga-se alto por megabit por
segundo, em comparação com
outros países.
E pesa muito nas despesas familiares: comparando com a
renda per capita média do brasileiro, ter internet banda larga
em casa representa quase 10%
do salário médio nacional. Nos
EUA, o comprometimento da
renda não passa de 0,7%.
Em números absolutos, um
plano mensal de 1 Mbps, na cidade de São Paulo, custa entre
R$ 50 e R$ 70, o que equivale a
cerca de US$ 23 a US$ 32. Nos
EUA, esse mesmo plano de
acesso custa em torno de US$
16. Em alguns países asiáticos,
o preço chega a ser apenas o
equivalente a US$ 3,80.
Mas o pior é que o serviço
deixa muito a desejar, segundo
o presidente da Abusar (Associação Brasileira dos Usuários
de Acesso Rápido), Horácio
Belfort: "Uma das piores coisas
da internet de banda larga é que
as operadoras fazem propaganda de um serviço que oferece,
por exemplo, 2 Mbps, mas eles
só entregam 1 Mbps ou até menos."
O que as próprias operadoras
admitem, pois há uma cláusula
do contrato de serviço em que
se comprometem a entregar
pelo menos 10% da velocidade
contratada.
Segundo Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de
Informação e Coordenação do
Ponto BR, isso não é irregular.
"A internet funciona como um
varal: se apenas você pendura
uma camisa, ele continua firme; se um monte de gente resolve pendurar roupas, é claro
que ele vai ficar meio caído",
compara Getschko.
Belfort afirma também que
há operadoras que fecham portas TCP/IP para impedir o uso
de certos programas. "Quando
reclamamos ou levamos isso
até os órgãos de defesa do consumidor, tudo se acerta e não
conseguimos provar esse abuso", diz ele.
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