São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 2002

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INTERNET

Usuários do Redelivre, que oferecia conexão sem pulsos telefônicos, não conseguem acessar a rede nem falar com suporte

Provedor de acesso 0800 pára de funcionar

DA REPORTAGEM LOCAL

O provedor Redelivre (www.redelivre.com.br), que em abril começou a oferecer acesso à internet via 0800, eliminando o gasto com ligações telefônicas, saiu do ar. Os usuários que moram em São Paulo não conseguem se conectar desde a semana passada.
O serviço, que estava disponível em SP, RJ, MG e BA, funcionava da seguinte maneira: depois de pagar uma mensalidade de R$ 38, o cliente poderia navegar à vontade sem gastar com pulsos telefônicos, pois o número de acesso utilizado para ligar o micro à internet tinha o prefixo 078, que é uma espécie de 0800 para dados fornecido pela Embratel.
O provedor, que se antecipou à regulamentação específica para acesso 0800 (conhecido como 0i00 ou "tarifa flat") que a Anatel pretende instituir nos próximos meses, parou de funcionar no dia 14. "Eu achei que o problema fosse no meu computador", relata a dona-de-casa Tânia Maria Borges, que só obtinha o sinal de ocupado ao tentar se conectar ao Redelivre.
Três dias depois, o provedor transmitiu um e-mail a seus usuários. A mensagem dizia que o Redelivre estaria "fazendo manutenção" para "oferecer mais qualidade" de acesso, e afirmava que a situação estaria normalizada "em breve".
Os internautas também enfrentaram dificuldades para falar com o setor de atendimento do provedor: "Liguei para o suporte no dia 19, mas ele não funcionou", conta o empresário Nilton Esteves.
Na semana seguinte, ainda sem conseguir acessar a internet, os assinantes do Redelivre receberam um segundo e-mail, que culpava a Embratel pela interrupção no serviço. A Embratel não fornece mais detalhes sobre o caso, limitando-se a dizer que cortou a linha 078 porque o provedor não teria pago por sua utilização.
A interrupção do acesso surpreendeu os usuários procurados pela Folha, que estavam satisfeitos com o provedor até o início do mês. "A conexão tinha qualidade excelente, não caía. Eu me conectava a qualquer hora. Eu já estava fazendo uma segunda assinatura quando começaram os problemas", afirma um assinante que prefere não ter seu nome divulgado. "A navegação era ótima", concorda Borges.
Para Esteves, as falhas do Redelivre foram "uma pena", porque o acesso se manteve bom até o dia 17. "Eu fiquei até assustado com a qualidade, pois a conexão era de primeira", relata o usuário.
Ele se queixa do suporte técnico via telefone, que exige uma ligação interurbana para o Rio de Janeiro, onde fica o provedor.
Borges se diz preocupada com os gastos, pois teria ligado "inúmeras vezes" para o Redelivre em busca de suporte técnico. "Não quero nem ver a minha conta telefônica", afirma.
Os assinantes afirmam ter perdido as esperanças de conexão: "Eu estou achando que metade do dinheiro [a mensalidade de R$ 38" foi perdida", declara Esteves.
Os problemas de acesso em São Paulo, que foram comprovados nos testes realizados pela reportagem, não se limitam aos usuários entrevistados: os fóruns de discussão especializados em internet também trazem reclamações. Na página da revista "Info Exame" (www.uol.com.br/info/aberto/forum/provedores.shl), por exemplo, há dezenas de queixas.
Segundo o Procon de São Paulo, pode-se registrar queixa enviando ao órgão uma cópia do comprovante de pagamento e uma carta relatando os problemas. Isso pode ser feito via fax (tel. 0/xx/11/3824-0717) ou correio (caixa postal 3.050, CEP 01061-970). (BG)


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