São Paulo, quarta-feira, 29 de agosto de 2007

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consumo

CD, 25

No mundo da música, discos perdem espaço devido à proliferação do compartilhamento de arquivos via internet e ao sucesso dos toca-MP3

DA ASSOCIATED PRESS

O calendário marcava 17 de agosto de 1982 e, um após outro, discos do tamanho da palma de uma mão e com um reluzir iridescente começavam a sair de uma linha de montagem em Hannover, Alemanha.
À época uma maravilha da engenharia, os discos são hoje facilmente reconhecidos como Compact Discs, um produto que completou 25 anos no dia 17 de agosto -e cujo futuro vê-se cada vez mais ameaçado devido ao surgimento dos iPods e dos downloads digitais.
Aqueles primeiros CDs continham "Uma Sinfonia Alpina", de Richard Strauss, e soariam de forma igualmente fiel se tocados hoje, diz a Philips, que desenvolveu o CD com a Sony.
A indústria da música expandiu-se velozmente nos anos 1990, quando os consumidores trocaram seus envelhecidos cassetes e LPs de vinil por CDs.
O CD ainda responde pela maior fatia dos lucros da indústria da música, mas suas vendas vêm despencando, em parte devido à disseminação do compartilhamento de arquivos mas também porque os consumidores gastam parte maior de seu orçamento de lazer com outros produtos, como DVDs e games.
Enquanto as gravadoras diminuem o preço dos CDs no atacado e tentam reavivar o interesse pelo formato, quase não se consegue imaginar época na qual essa mídia não existia.
Ainda assim, houve muitos riscos envolvidos nos esforços para levar a tecnologia digital de áudio até as massas, afirma Pieter Kramer, chefe do grupo de pesquisa óptica dos laboratórios da Philips nos anos 1970.
"Quando começamos, não havia nada montado", disse Kramer à Associated Press, no museu da empresa Philips, em Eindhoven, na Holanda.
O design dos CDs inspirou-se nos discos de vinil. De forma semelhante aos sulcos de um LP, os CDs são entalhados com uma espiral de minúsculos buraquinhos a serem lidos por um laser. A luz refletida codifica-se então em milhões de zeros e uns: um arquivo digital.
Como os buraquinhos são cobertos com plástico e os feixes de laser não os desgastam, o CD nunca perde qualidade.
Em 1982, Philips e Sony anunciaram que o produto estava pronto para o mercado. Ambas começaram a vender os aparelhos na segunda metade daquele ano.
A Sony vendeu seu primeiro aparelho no Japão em 1º de outubro, e a gravadora CBS fez do disco "52nd Street", de Billy Joel, seu primeiro lançamento.
O CD conquistou um sucesso estrondoso. Mas "o MP3 e toda a infinidade de pequenas bugigangas que os meninos e meninas carregam hoje em seus bolsos podem substituir o CD, certamente", disse Kramer.
As gravadoras vêm tentando renovar o interesse pelo formato com combinações de CD e DVD e com pacotes nos quais há CDs e DVDs com vídeos e atrações multimídia, com resultados mistos.
Kramer afirmou estar satisfeito por ter testemunhado a longa vida de sucesso dos CDs e por ter participado da criação dele. "Nunca se sabe por quanto tempo um padrão durará", disse. "Mas esse foi um padrão sólido e admirável, e ainda é."


Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO

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