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COMÉRCIO ELETRÔNICO
Para ter sucesso em um projeto de e-commerce
é preciso estudar o mercado e descobrir em que segmentos ainda há espaço; na hora de escolher a tecnologia,
não podem faltar servidores confiáveis
Plano de negócios é essencial
GIEDRE MOURA
FREE-LANCE PARA FOLHA
Montar um negócio e começar a
vender pela Internet não é mais
sinônimo de sucesso instantâneo.
Os investimentos estão cada vez
mais escassos, e os investidores,
mais exigentes.
Mas as consultorias especializadas em tecnologia ouvidas pela
Folha -Andersen Consulting,
Ernst & Young e PricewaterhouseCoopers- afirmam que, com
uma idéia original e bem estruturada, é possível disputar uma fatia
do setor de comércio eletrônico.
Segundo uma pesquisa da Value Partners, até o fim do ano, o
Brasil movimentará US$ 500 milhões. Em 2003, a cifra deve chegar a US$ 3,2 bilhões. Hoje, 1,7 milhão de internautas brasileiros faz
algum tipo de transação on line,
dizem os autores do estudo.
Uma empresa que queira fazer
comércio eletrônico tem três alternativas. A primeira, chamada
de B2C ("business to consumer"),
é vender diretamente para o consumidor. A segunda é fazer transações apenas com outras empresas, operação apelidada de B2B
("business to business"). A terceira é integrar as duas primeiras,
atuando de forma mista.
Qualquer que seja a opção, o
primeiro passo é determinar o
perfil do negócio, para escolher o
tipo de tecnologia a ser usado.
É possível investir em um sistema completo ou terceirizar o serviço. Se a opção for terceirizar, dá
para alugar soluções prontas ou
incluir a empresa em um portal
de comércio eletrônico, o chamado shopping virtual.
"O mercado oferece opções de
configurações reduzidas para
aplicações simplificadas. Se a
transação for mais parruda, precisará de uma série de outras tecnologias complementares. Quanto
mais exigente, maior o custo",
afirma Wilson Cruz, gerente de
soluções e tecnologias de e-business da IBM.
Grandes empresas, como bancos e companhias de telecomunicações, geralmente já possuem
uma grande estrutura de tecnologia e um número elevado de clientes. Por isso, costumam contratar
soluções internas de hardware e
de hospedagem e terceirizar a
confecção do site.
"Um projeto de "e-learning", por
exemplo, que requer muita estrutura tecnológica para manter no
ar cursos virtuais e precisa de
grandes mecanismos de controle,
pode custar mais de R$ 500 mil",
diz Daniela Pessoa, diretora de
atendimento da MLab, empresa
de soluções para comércio eletrônico e Internet.
Empresas médias, em vez de
comprar servidores e microcomputadores, licenciar softwares e
contratar uma equipe especializada para o desenvolvimento e monitoramento do site e dos aplicativos de segurança, costumam optar por pagar uma mensalidade e
alugar uma solução completa.
"Quem vende remédios quer
saber de remédios, não aprender
de uma hora para outra tudo sobre tecnologia de comércio eletrônico. Geralmente, há um custo
inicial de R$ 30 mil a R$ 50 mil, no
caso de um projeto customizado
simples, e mensalidades de R$
2.000", afima Cruz, da IBM.
A mensalidade geralmente inclui o serviço de hospedagem, o
aluguel de hardware e softwares e
manutenção do site. Se a personalização for reduzida, e ferramentas como integração direta com
empresas de cartão de crédito forem excluídas, é possível baixar o
custo de confecção da loja virtual.
A terceirização dos serviços de
tecnologia é apontada pelo sócio-diretor da empresa de consultoria
PricewaterhouseCoopers, Sérgio
Lozinsky, como uma solução segura, que garante aumento de
produtividade. "É melhor terceirizar. Se a empresa não cumprir o
contrato, você pode trocar de fornecedor. É mais fácil do que buscar profissionais experientes, tão
escassos no segmento de tecnologia brasileiro", diz.
Segundo Lozinsky, é preciso ter
em mente que será necessário trabalhar com parcerias. "Há parceiros de todos os tipos, desde os fornecedores de tecnologia até a empresa que fará a entrega do produto na cadeia de logística".
Se, ao somar todos os custos, o
projeto parecer excessivamente
caro, existe outra alternativa.
Há shoppings que permitem,
com alguns cliques e mensalidades que podem variar de R$ 100 a
R$ 400, que qualquer pessoa crie
sua própria loja virtual a partir de
modelos pré-existentes na rede.
Alguns exemplos são os sites Miracula (www.miracula.com.br) e
Lokau Shopping (www.lokau.com.br).
O usuário fica hospedado nos
servidores dos shoppings e, para
entregar as mercadorias, usa seu
próprio sistema ou parcerias com
empresas. "A idéia é permitir que
qualquer lojista, até mesmo a vendedora de cosméticos, tenha o seu
negócio virtual", diz Paulo Humberg, diretor do Lokau.
O Sebrae também possui um
projeto para pequenos e médios
empresários, o Via Sebrae
(www.viasebrae.com.br), que
atua nos segmentos de B2B e B2C.
O comerciante Marcelo Brait,
que vende CDs e instrumentos
musicais, entrou em um dos
shoppings no semestre passado.
"O que percebi é que a Internet
pode ser uma vitrine. Mesmo que
as vendas não sejam realizadas
pelo site, mais pessoas ficam sabendo da minha loja e vêm até
aqui comprar", diz.
Construção
O segundo passo é a construção
do site. O mercado de tecnologia
oferece uma série de aplicativos.
O Site Server e o Biz Talk, da Microsoft, assim como o WebSphere, da IBM, são ferramentas projetadas especificamente para construir lojas virtuais.
Também há empresas que, sobre estas e outras plataformas, desenvolvem aplicativos segmentados. Um exemplo é o WBC Business Center, da Paradigma
(www.pta.com.br). O aplicativo
permite que uma loja virtual utilize a rede para comprar produtos
de toda a sua cadeia de fornecedores e, ao mesmo tempo, personalize a página para os seus consumidores finais.
Segurança
Segurança também é um item
fundamental. Qualquer loja precisa ter um selo de certificação dado por empresas como a VeriSign
ou a CertiSign. Assim, tudo o que
o internauta digitar será protegido por meio da criptografia dos
dados e de chaves de segurança.
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