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Humanidade descarta registros
BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Das pinturas rupestres aos dados digitais, boa parte das informações criadas pelo homem se
perdeu. Mas, apesar dos esforços
tecnológicos para arquivar tudo
(leia textos nesta página), o volume de dados gerado anualmente
dificulta a preservação.
Segundo a pesquisa How Much
Information, que é realizada
anualmente pela Universidade
Berkeley (www.sims.berkeley.edu/research/projects/how-much-info-2003), 5 hexabytes de dados foram armazenados em 2002.
Esse valor equivale a 37 mil vezes
o acervo completo da Biblioteca
do Congresso norte-americano,
que reúne aproximadamente 17
milhões de livros.
O número não inclui as informações transmitidas, mas não necessariamente armazenadas (programas de TV e telefonemas): somando esse critério, chega-se a 18
hexabytes. Ou seja: em 2002, o homem gravou menos de 30% do
que produziu.
Além disso, 92% dos 5 hexabytes gravados foram armazenados
em meios magnéticos (discos rígidos, por exemplo), que são frágeis. Em comparação, o papel,
bem mais durável, armazenou
apenas 0,01% de todas as informações produzidas em 2002, e as
mídias ópticas, como CDs e
DVDs, corresponderam a
0,002%. O restante ficou por conta do filme fotográfico, com 7%.
Segundo o estudo, os Estados
Unidos lideraram a produção de
novos dados, com 40% do total,
mas uma distribuição entre toda a
população mundial chega a números impressionantes.
Considerando um contingente
de 6,3 bilhões de pessoas, os autores do estudo chegaram a uma
produção per capita de 800
Mbytes por pessoa em 2002 -o
equivalente, em modo impresso,
a uma pilha de livros com aproximadamente dez metros de altura.
Boa parte da explosão na criação de informações se deve à popularização da internet e dos demais meios de comunicação: entre 1999 e 2002, o armazenamento
de novos dados cresceu à taxa de
30% ao ano.
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