São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

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Humanidade descarta registros

BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Das pinturas rupestres aos dados digitais, boa parte das informações criadas pelo homem se perdeu. Mas, apesar dos esforços tecnológicos para arquivar tudo (leia textos nesta página), o volume de dados gerado anualmente dificulta a preservação.
Segundo a pesquisa How Much Information, que é realizada anualmente pela Universidade Berkeley (www.sims.berkeley.edu/research/projects/how-much-info-2003), 5 hexabytes de dados foram armazenados em 2002. Esse valor equivale a 37 mil vezes o acervo completo da Biblioteca do Congresso norte-americano, que reúne aproximadamente 17 milhões de livros.
O número não inclui as informações transmitidas, mas não necessariamente armazenadas (programas de TV e telefonemas): somando esse critério, chega-se a 18 hexabytes. Ou seja: em 2002, o homem gravou menos de 30% do que produziu.
Além disso, 92% dos 5 hexabytes gravados foram armazenados em meios magnéticos (discos rígidos, por exemplo), que são frágeis. Em comparação, o papel, bem mais durável, armazenou apenas 0,01% de todas as informações produzidas em 2002, e as mídias ópticas, como CDs e DVDs, corresponderam a 0,002%. O restante ficou por conta do filme fotográfico, com 7%.
Segundo o estudo, os Estados Unidos lideraram a produção de novos dados, com 40% do total, mas uma distribuição entre toda a população mundial chega a números impressionantes.
Considerando um contingente de 6,3 bilhões de pessoas, os autores do estudo chegaram a uma produção per capita de 800 Mbytes por pessoa em 2002 -o equivalente, em modo impresso, a uma pilha de livros com aproximadamente dez metros de altura.
Boa parte da explosão na criação de informações se deve à popularização da internet e dos demais meios de comunicação: entre 1999 e 2002, o armazenamento de novos dados cresceu à taxa de 30% ao ano.

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