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INTERNET
Criador do BitTorrent, software mais usado para trocar vídeos, diz que não almejava estimular a pirataria on-line
Programa de troca de arquivos perturba Hollywood
ALEX VEIGA
DA ASSOCIATED PRESS
Bram Cohen não se esforçou
para perturbar os estúdios de filmes de Hollywood. Mas seu inovador software de troca de arquivos on-line, o BitTorrent (bit
torrent.com), transformou-se em
um problema de pirataria que a
indústria cinematográfica está se
esforçando para controlar.
Como o nome sugere, o software permite que usuários de computador compartilhem grandes
pedaços de dados. Mas, diferentemente de outros programas de
compartilhamento, quanto mais
as pessoas trocam dados no BitTorrent, mais rápido eles fluem
- e isso favorece arquivos grandes, como filmes e jogos.
Devido à velocidade e à eficiência, o BitTorrent ganhou cada vez
mais popularidade depois que a
indústria fonográfica, no ano passado, começou a processar os
usuários do Kazaa, do Morpheus,
do Grokster e de outros programas de compartilhamento de arquivos já bastante difundidos.
O BitTorrent, hoje, responde
por cerca de metade das atividades de compartilhamento de arquivos on-line, diz Andrew Parker, diretor-chefe de tecnologia
da empresa britânica CacheLogic,
que monitora tráfego de dados.
"O BitTorrent é mais do que
uma ameaça porque ele é, provavelmente, a mais recente e melhor
ferramenta tecnológica para
transferência de arquivos grandes, como filmes", afirma John
Malcolm, vice-presidente de operações antipirataria da Motion
Picture Association of America
(Associação de Cinema dos Estados Unidos). "Ele é raro, talvez
único, porque, no momento em
que você inicia o download, você
também está fazendo envio de dados", acrescenta. "É isso que o
torna tão eficiente."
Cohen criou o BitTorrent, em
2001, como um passatempo, depois que a quebradeira das empresas de internet o deixou desempregado. Ele diz que o objetivo era possibilitar que os usuários
de computador distribuíssem
conteúdo on-line com facilidade
- não especificamente conteúdo
protegido por direitos autorais.
"Parece estar bastante claro que
muita gente está ativamente interessada em se engajar na pirataria
imoral", disse Cohen, 29, em Bellevue, Washington.
"Eu acho que eles só estão trocando bits [unidades de informação digital], e eu realmente não
me preocupo com que bits eles estão trocando. Não há muito que
eu possa fazer a respeito."
O BitTorrent provou ser resistente a algumas das contramedidas que a indústria de entretenimento tomou para sabotar o
compartilhamento de dados, incluindo um processo conhecido
como "filespoofing", em que versões incompletas ou forjadas de
canções ou outros materiais são
transferidos para desencorajar a
pirataria.
"O "spoofing" é muito difícil no
BitTorrent", disse Mark Ishikawa,
diretor da empresa de rastreamento on-line BayTSP. "Não
existe defesa contra ele."
Avanço
Programas como o Kazaa e o
Morpheus permitem que os usuários conectem seus PCs a redes de
computadores e, então, perguntem a um mecanismo de busca
sobre o arquivo ou o título que
eles estão procurando. O software, então, produz uma enorme lista de outros computadores que
compartilham o arquivo.
O processo é simples e direto, o
que torna relativamente fácil inserir arquivos fraudados na rede.
Com o BitTorrent, contudo, os
usuários não encontram arquivos
completos. O soft se alimenta de
torrent files, também conhecidos
como seed files (arquivos-semente, que são o ponto inicial para o
download), que são hospedados
por um grupo de sites da internet.
Os torrent files não são músicas
ou filmes em si -apenas servem
como marcadores, que indicam o
caminho para outros usuários
que compartilham um determinado arquivo. O BitTorrent, então, se encarrega de reconstruir os arquivos completos.
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