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Sala de aula do futuro está em lugar nenhum
JOSEPH BERGER
DO "NEW YORK TIMES"
A aula dos cursos superiores
do futuro acontece na sala de
Janet Duck, em Hershey (Pensilvânia, EUA). Não há quadro-negro, apoios para livro e nem,
o que é mais surpreendente,
alunos. Duck dá aulas no programa de mestrado em administração da Universidade Estadual da Pensilvânia vestindo
calça jeans e chinelos, sentada à
mesa de sua sala de jantar.
Nesse ambiente, ela digita
em um laptop e coloca na internet material de aula, material
de leitura e perguntas para seus
cursos de gerenciamento de recursos humanos.
O software para salas de aula
virtuais permite que seus 54
alunos registrem-se de quase
todos os lugares do mundo, a
qualquer momento, e que publiquem respostas surpreendentemente longas, criando o
equivalente a um blog do curso.
Esses estudantes, a maior
parte deles gerentes e profissionais na casa dos 30 anos que
tentam melhorar seu currículo,
não podem estar ao lado da
professora na universidade em
um horário fixo. Uma aluna é
piloto da Força Aérea dos EUA
e realiza missões no Afeganistão; outros alunos estavam em
Tóquio, Atenas, São Paulo e Copenhague.
Duck tampouco poderia
comparecer regularmente à
universidade, por causa principalmente de seus três filhos.
Ainda assim, ela e outros docentes ajudarão os estudantes a
obterem seus MBAs em agosto
próximo por um custo total de
US$ 52 mil, e isso sem que os
professores ou os alunos pisassem quase nenhuma vez em
uma sala de aula tradicional.
Novo mundo
Quase 3,5 milhões de graduandos e pós-graduandos, o
equivalente a um quinto do total, cursaram ao menos uma
matéria on-line no último semestre nos EUA, o dobro do
número verificado cinco anos
antes, revelou uma pesquisa
realizada em 2.500 campi e publicada no fim do ano passado.
As seletivas faculdades particulares com cursos de quatro
anos quase não embarcaram
nessa onda, oferecendo, ao menos nesta temporada, cursos
on-line para estudantes do exterior ou complementar a carga
horária de alunos que precisam
se formar.
Mas certas instituições abriram os olhos para a novidade; a
Columbia, por exemplo, oferece há vários anos cursos on-line
de mestrado em algumas áreas
de engenharia.
De toda forma, a expansão
desse tipo de aula ocorre principalmente nas faculdades menores, nos programas de formação profissional para áreas
como administração e pedagogia, nas escolas especializadas
em formação on-line, como a
Universidade de Phoenix. e nas
universidades públicas, como
as da Pensilvânia e de Illinois,
que se sentem obrigadas a acomodar uma gama variada de
alunos.
Esses números, segundo se
prevê, devem aumentar porque
o Congresso dos EUA cancelou,
no ano passado, a exigência de
que as faculdades ofereçam
seus cursos em campi de verdade a fim de poderem receber
verba do governo federal.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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