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Prevenir é o melhor, dizem especialistas
EM PÚBLICO -> Diálogo com filhos é a principal forma de defesa; manter o computador em uma área comum da casa ajuda
DA REPORTAGEM LOCAL
O velho conselho de não falar
com estranhos, passado de geração para geração, também vale para a internet, principalmente se o usuário é menor de
idade e ainda está dando os primeiros passos na navegação.
Especialistas também recomendam deixar o computador
em uma área comum da casa.
"Um lugar de livre circulação,
como uma biblioteca, é o ideal
para os pais acompanharem o
que os filhos fazem na internet", diz Marcel Leonardi, advogado e professor de direito e
internet da FGV (Fundação
Getúlio Vargas).
O diálogo aberto também é
citado como uma das principais
formas de prevenir os abusos.
"O diálogo e a educação são indicados para minimizar os riscos na navegação na rede", diz o
diretor de TI e conselheiro da
SaferNet Brasil, Tiago Bortoletto Vaz.
Além disso, "recomendamos
que os pais estejam presentes
sempre que possível, evitando
ao máximo que seus filhos
acessem por tempo prolongando qualquer serviço na internet
em locais isolados", diz Vaz.
Assim, é possível conversar
sobre o que a criança ou o adolescente está vendo na internet,
e, também, olhar mais de perto
uma reação inusitada, como
desligar o monitor de forma
abrupta.
"Se a criança ou o adolescente está conectado e procura fechar rapidamente a tela, esconder o que está vendo, ou não
quer contar sobre as novas descobertas, é preciso estabelecer
uma conversa. São sinais de
alerta que podem indicar que
está ocorrendo abuso on-line",
afirma Ana Maria Drummond,
diretora-executiva do Instituto
Childhood Brasil.
Quando os pais se mostram
receptivos aos ensinamentos
que os filhos dão sobre a internet -meio com o qual a maioria já nasceu familiarizada- a
relação flui melhor, dizem os
consultados. "Proibir e controlar é muito complicado. Até
porque, em se tratando de adolescentes, quanto mais proibido, mais atraente fica. Então, os
pais devem usar a internet como ferramenta de diálogo, de
informação", afirma Beth Saad,
professora da Escola de Comunicação e Artes da USP (Universidade de São Paulo) que faz
pesquisas sobre internet.
Ela recomenda que os pais
pesquisem os programas e as
redes que os filhos usam -vale
até criar um perfil no Orkut
"para reduzir o déficit geracional". "Não dá para ficar só no
papel de vigilante."
O delegado titular da 4ª Delegacia de Delitos por Meios Eletrônicos de São Paulo, Ubiracyr
Pires da Silva, ressalta ainda o
risco das webcams. "Os problemas aumentaram muito depois
dessas câmeras." A recomendação é que tais aparelhos nunca
devem ser ligados para desconhecidos.
Deixar de tratar o sexo como
tabu também é uma forma ficar
próximo de quem o está descobrindo. "É preciso olhar a sexualidade não com moralismo,
mas como o desenvolvimento
normal do ser humano, de
acordo com a idade", diz Vicente Faleiros, assistente social,
professor da UCB (Universidade Católica de Brasília) e pesquisador da UnB (Universidade
de Brasília).
(DANIELA ARRAIS e GUSTAVO VILLAS-BOAS)
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