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portáteis
Na prancheta
Após rumores sobre lançamento da Apple, computadores do tipo tablet viraram alvo das atenções; viabilidade do dispositivo divide opiniões
AMANDA DEMETRIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os comentários em torno dos
tablets -computadores com
formato de prancheta com tela
sensível ao toque- cresceram
depois que o "Financial Times"
publicou que a Apple estaria
preparando um aparelho desses para setembro.
O mês já está no fim e nada de
lançamento da Apple, mas parece que outras fabricantes ficaram espertas. Será que a onda veio para ficar ou a concorrência só queria se adiantar para não correr atrás do prejuízo?
Sem relação declarada com
os rumores da Apple, HP, Toshiba e a francesa Archos anunciaram seus
lançamentos -e comentários
surgiram sobre um possível
aparelho da Microsoft. Isso
sem esquecer dos notebooks
com funções de tablet, que já
existem há alguns anos, e do
Nokia N900, pequeno internet
tablet que também funciona
como telefone da empresa.
Mas, para o professor Fernando Meirelles, da FGV (Fundação Getulio Vargas), a sensibilidade ao toque na tela ainda
não decolou nos computadores. "Se alguém pode fazer isso,
é a Apple, pelo sucesso do
touchscreen da marca", diz. Ele
avalia que "é um paradoxo, porque a tecnologia está em alta
nos portáteis, mas simplesmente não decolou em alguns
dispositivos".
Já Daniel Gatti, coordenador
do curso de ciências da computação da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, pensa que o tablet é um "caminho natural". Mas Gatti não
arrisca dizer que o sistema de
toque na tela substitua o mouse
e o teclado ao usuário final.
Os professores concordam,
porém, que o preço é uma das
barreiras para a consolidação
da tecnologia.
Eric Messa, professor de novas tecnologias da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), acha que a onda é mais
um "modismo" lançado pelo
mercado para vender novos
equipamentos.
"A tecnologia já existe faz
tempo, agora o mercado resolveu investir e popularizar". Para ele, as pessoas ainda precisam se adaptar a uma nova cultura digital, até que o tablet
possa ser assimilado no dia a
dia. "Acredito que o computador tablet seja um aparelho de
transição", aponta.
Outra dúvida quanto à viabilidade dos produtos é quem
compraria mais um computador, só que no formato tablet
-além dos aficionados por tecnologia, claro. Os vários professores consultados pela Folha
apontaram grupos segmentados, mas ninguém arriscou falar em adesão geral.
Gatti, da PUC, disse que os
que lidam com educação são
um possível público. "Eu poderia desenhar no tablet e já projetar para os alunos", explica.
Ele também coloca artistas, engenheiros e arquitetos como
compradores em potencial.
A Dell, que produz notebooks com telas que viram
pranchetas, defende o formato
que fabrica. "Acreditamos que
o produto veio para ficar; os tablets vêm para preencher um
espaço que não é coberto por
um laptop tradicional, quando
o usuário precisa de agilidade
para escrever textos eletrônicos sem precisar do teclado
convencional, operar programas específicos e criar apresentações interativas", segundo Diego Santone, gerente de
marketing de produto da empresa. Mas a Dell aponta apenas públicos corporativos
quando fala de possíveis compradores.
Tegra
A Nvidia está preparando o
que pode ser o chip dos próximos tablets, o Tegra, segundo o
"New York Times". O chip está
sendo usado no Zune HD.
Das antigas
O tablet surgiu no início da
década de 1990. Em 1993, a Apple lançou o seu Newton, um
PDA com tela sensível ao toque
(bit.ly/anewton).
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