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guia da impressora
Crise derruba os preços das máquinas
MERCADO Empresas dão desconto para recuperar vendas e esperam comercializar mais de 4 milhões de unidades no ano
CLAUDIA TOZETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Já se passou mais de um ano
desde a crise econômica, mas a
HP Brasil ainda tenta recuperar o prejuízo. No início de
2010, os consumidores compraram 15% mais impressoras
da HP em comparação ao mesmo período do ano passado. O
que não foi suficiente para atingir a mesma marca registrada
em 2008 -para isso, a HP precisaria ter vendido 24% a mais.
Para tentar reverter a situação, Luis Tedesco, gerente da
HP de desenvolvimento de
mercado para imagem e impressão, dá a receita: oferecer
impressoras mais modernas e
mais baratas. Se a estratégia
funcionar, até o início de 2011 a
empresa acredita que vai conseguir recuperar as vendas.
Surpresa
Nenhuma fabricante de impressoras, diz Bruno Freitas,
analista do mercado de impressoras da consultoria IDC Brasil,
esperava que os consumidores
desistissem de comprar impressoras por causa da crise.
Os consumidores vinham
comprando mais impressoras a
cada ano desde 2005, quando
os computadores ficaram mais
baratos por conta de incentivos
fiscais do governo. Contudo, segundo a IDC, os consumidores
compraram 26,4% menos impressoras a laser e menos 1,8%
impressoras jato de tinta em
2009. "Empresas e consumidores domésticos adiaram as
compras", diz Freitas. No total,
foram vendidos 4,25 milhões
de impressoras, 7,2% a menos
que em 2008.
Na Samsung, Ronaldo Miranda, vice-presidente da divisão de TI, esperava faturar 25%
mais em 2009. Mas as vendas
caíram e Miranda, então, planejou apenas manter o mesmo
resultado de 2008.
Naquela época, os consumidores viam promoções de impressoras toda semana; em alguns casos, até ganhavam uma
impressora, na compra de um
computador. Os fabricantes reduziram preços porque estudaram os consumidores.
Carlos Bretos, diretor-geral
da Lexmark Brasil, por exemplo, realizou uma pesquisa com
300 consumidores em maio de
2009. Ele aprendeu que, em
primeiro lugar, o consumidor
se preocupa com o preço da impressora; em segundo, com o
preço do cartucho; só em terceiro, com a marca.
Ao lançar uma nova linha de
impressoras jato de tinta, em
setembro passado, a HP reduziu os preços. Em alguns modelos, em vez de R$ 999, os consumidores passaram a pagar R$
499 -50% menos. Pelo cartucho original mais barato, os
consumidores pagam R$ 24,90.
Perspectivas
Na Epson, Kao Mei I, gerente
de negócios para produtos de
consumo, vendia impressoras
para consumidores das classes
A e B até a metade de 2009.
Mas diversificou a clientela.
"Lançamos impressoras mais
baratas para o consumidor da
classe C, que está comprando
seu primeiro computador", diz
Kao. "Esse foi o público que
mais teve acesso a crédito durante a crise."
Kao também fez parcerias
com os fabricantes de PCs e varejistas para dar descontos a
quem comprasse uma impressora Epson junto com o computador. Resultado: a empresa
vendeu 77% mais nos últimos
três meses de 2009.
A tendência de melhora nas
vendas continua. A IDC estima
que os consumidores brasileiros comprarão neste ano 5%
mais impressoras jato de tinta e
17% mais máquinas a laser; no
total, uma expansão de 7,7%, o
que equivale a 4,3 milhões de
unidades -o que representa
37% das vendas na América Latina e 2% das vendas no mundo.
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