São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PROFUNDEZAS DA REDE

Tecnologias para filtrar dados são aperfeiçoadas para encontrar mais conteúdo em menos tempo

Aumento de acervos melhora pesquisas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Simplesmente dispor de um índice com bilhões de páginas para a realização de buscas não garante a exibição de resultados mais pertinentes para os usuários.
Para os especialistas ouvidos pela Folha, o fator determinante para buscas mais precisas são os mecanismos que dividem e classificam os dados de acordo com as palavras pesquisadas.
Mesmo assim, o aumento do acervo de páginas indexadas começa a ser usado como uma arma para chamar a atenção e aumenta a potência dos buscadores.
Neste mês, o Yahoo! (br.search.yahoo) anunciou que seu buscador é capaz de pesquisar em cerca de 19,2 bilhões de páginas, 1,6 bilhão de imagens e 50 milhões de arquivos de áudio e de vídeo. O índice é maior que o dos concorrentes MSN (search.msn.com.br), com 5 bilhões de páginas, e Google, com cerca de 8 bilhões de sites.
Na opinião do gerente de produtos do MSN Brasil, Guilherme Pita, um buscador não precisaria de um índice com mais do que 2 bilhões de páginas para oferecer resultados satisfatórios para a maioria dos usuários. "Qualquer coisa maior do que isso é útil, mas para um número de pessoas cada vez menor", diz Pita, que participou do desenvolvimento do novo buscador MSN, lançado no Brasil na última semana.
A eficiência do novo índice do Yahoo!, entretanto, não é tão fácil de ser quantificada. Pesquisadores da Universidade de Illinois e do National Center for Supercomputing Applications (NCSA), nos EUA, fizeram buscas com 10 mil termos aleatórios e concluíram que o serviço do Yahoo! apresentou apenas 37% dos resultados que o Google mostrou nas mesmas condições.
Segundo o estudo (vburton.ncsa.uiuc.edu/indexsize.html), o Google retornou, em média, 202 resultados para cada termo pesquisado, enquanto o Yahoo! retornou apenas 132.
Dias depois, os métodos usados para a obtenção desses resultados foram contestados, e a NCSA disse que irá refazer as pesquisas.
Para o diretor de buscas do Yahoo!, Carlos Augusto Araújo, cada índice de buscas tem uma estrutura diferente, e "isso invalida qualquer medição baseada em amostragens".
De acordo com a porta-voz do Google, Debbie Frost, "ainda não existe uma forma de verificar uma melhora substancial no índice do Yahoo! analisando suas buscas".
Frost também afirmou que a empresa trabalha em projetos como o Google Print, que visa aumentar sua base de informações com a adição de conteúdo publicado em livros e revistas.

Futuro
Além do aumento dos índices e da criação de novos critérios de seleção para os resultados, as empresas de internet buscam novas soluções para melhorar seus serviços de pesquisa.
Na semana passada, a cidade de Salvador recebeu a edição anual da conferência do Special Interest Group on Information Retrieval (www.sigir.org/sigir2005).
O evento contou com a participação de especialistas das principais empresas do ramo de buscas e discutiu novas técnicas para melhorar os serviços on-line.
Pesquisadores da Microsoft da Ásia exibiram o conceito de ranking de afinidades para classificar páginas de resultados de acordo com a variedade e a riqueza de informações de cada site.
Já o engenheiro especial do Google, Amit Singhal, fez uma apresentação sobre "os desafios de manter um site de buscas comercial". (JB)


Texto Anterior: Músicas e vídeos
Próximo Texto: Comandos especiais delimitam busca
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.