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segurança
Ciberdetetive investiga rastros digitais
PROFISSÃO DO SÉCULO 21 > Especialistas buscam segredos guardados em e-mails e tentam recuperar arquivos escondidos
POR BARBARA WHITAKER
DA ASSOCIATED PRESS
Após passar 31 anos fugindo
da polícia, o "serial killer" BTK,
de Wichita (EUA), foi encontrado e condenado em 2005
com a ajuda de informações
deixadas em um disquete de
computador. A condenação de
Scott Peterson pelo assassinato
da mulher dele, Laci, grávida à
época, baseou-se parcialmente
em uma pesquisa feita pelo criminoso na internet a respeito
das marés e das correntes marítimas na área onde o corpo da
vítima acabou aparecendo.
De casos notórios de assassinato a simples procedimentos
de divórcio, as mensagens de e-mail que as pessoas enviam e os
sites que freqüentam poderão
ser e serão usados no tribunal.
As pessoas que desencavam
esses dados e que os disponibilizam para o uso nas cortes ficaram conhecidos como peritos
judiciais em computação.
Eles são os ciberdetetives, investigadores do século 21: garimpam os dados aparentemente apagados, mas nunca de fato retirados dos computadores e de outros equipamentos
eletrônicos de armazenagem.
Os peritos judiciais em computação analisam os discos rígidos e outras áreas de armazenamento, desentocando informações de planilhas, documentos do Word, mensagens instantâneas e e-mails. Procuram
por indícios de adulteração ou
de dados que os usuários tentaram apagar ou esconder.
Esse trabalho pode ser tanto
recompensador quanto tedioso. Pode-se levar semanas ou
meses para percorrer uma infinidade de arquivos e outros dados digitais, alguns dos quais
podem estar criptografados.
O perito judicial em computação também precisa ser capaz
de recuperar e armazenar essas
informações de forma a não
destruir ou alterar outros dados presentes no computador.
De certa forma, é a reprodução, no mundo digital, do trabalho de rastreamento que, há 30
anos, seguia as trilhas de papel,
levantando documentos e investigando arquivos físicos.
O aumento da demanda por
peritos profissionais em computação propiciou o surgimento de cursos oficiais de formação e ainda um sem número de certificações e uma variedade
de organizações profissionais.
Os profissionais da área estimam que a média de salário para um perito judicial em computação gire em torno de US$
85 mil ao ano (cerca de R$ 170
mil), a depender da experiência
dele e de seu local de moradia.
Em início de carreira, a remuneração é de cerca de US$ 50
mil anuais.
Kris E. Turnbull, diretor do
Cyber Crime Institute, um programa de especialização da
Universidade Estadual Kennesaw, na Geórgia, afirmou que
seus alunos tendiam a ter entre
30 a 50 anos de idade, com formação em tecnologia da internet. Alguns ocuparam antes vagas de emprego eliminadas das
empresas, disse.
Há um grande número de
certificados disponíveis, e a obtenção deles pode demandar
tempo e centenas de dólares.
Alguns certificados relacionam-se com o domínio sobre
softwares como o EnCase e o
AccessData, usados para garimpar os computadores em
busca de informações.
Outros saem das mãos de organizações profissionais como
a Sociedade Internacional de
Peritos Judiciais em Computação, afiliada a uma empresa privada da Virgínia, a Key Computers Services, e à Rede de Crimes de Alta Tecnologia, um
grupo de agências de segurança
e de profissionais especializados na segurança de empresas.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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