São Paulo, Segunda-feira, 08 de Março de 1999
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Renda de imóvel pode ser dor de cabeça

da Redação

O brasileiro tende a encarar o imóvel como um ativo real capaz de garantir uma renda complementar para a aposentadoria. Com o dinheiro recebido pelo aluguel de um ou mais apartamentos ou casas, ele conseguiria manter o padrão de vida do período em que estava na ativa. Há quem tenha feito isso e não se queixe da sorte. Mas, hoje, é preciso fazer algumas considerações antes de seguir as pegadas de outras gerações.
Primeiro, os imóveis são uma opção conservadora de investimento, tendo em vista que nem sempre oferecem uma rentabilidade próxima à das aplicações financeiras (leia texto nesta página). Segundo, depreciam-se. O preço do metro quadrado de um apartamento em São Paulo caiu 25%, em dólar, nos últimos nove anos.
Se alugar o imóvel, além dos riscos inerentes ao negócio, tais como inadimplência e custos de manutenção, o proprietário ainda convive com outro problema: o valor recebido do inquilino pode perder feio para a inflação. Como os aluguéis têm impacto forte na composição do índice de inflação, ficam na mira do governo.

Renda extra
Para calcular o valor do aluguel, o mercado considera um percentual de 0,80% sobre o preço do imóvel. Um apartamento avaliado em R$ 50 mil renderia um aluguel de R$ 400 ao mês. Aplicando muito menos que os R$ 50 mil no mercado financeiro, o investidor garantirá a mesma renda.
Se a taxa de juro ao ano estiver em 42%, uma aplicação de R$ 13.765 num fundo DI renderia os R$ 400 ao mês; com uma taxa de 20% ao ano, o investimento teria de ser de R$ 18.465, ou de R$ 34.841, para um cenário de 15% de taxa de juro anual.
Acompanhe, na tabela acima, outros exemplos. Os cálculos, líquidos de Imposto de Renda, não corrigem pela inflação o saldo do principal. Ou seja, ao longo do tempo, o montante depositado perderia valor. Se você quiser garantir o valor real do principal, é preciso fazer aportes, de acordo com os índices de inflação.
A UAM (Unibanco Asset Management), que preparou o estudo, diz que, se o investidor usar uma taxa conservadora, de 15% ao ano, o valor do principal se preservará.


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