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Ações da Varig enfrentam turbulência
SANDRA BALBI
da Reportagem Local
O pior dos mundos se desenha
para quem tem ações da Varig,
maior companhia de aviação do
país. O balanço de 98, a ser divulgado este mês, deverá apresentar
resultado negativo. Segundo projeção da Lafis - Informação & Pesquisa de Investimentos em Ações
na América Latina, o prejuízo chegará a R$ 94 milhões.
As ações da Varig, que já foram
consideradas papéis nobres de segunda linha, descrevem uma curva
descendente, há 12 meses, e têm
baixa liquidez no mercado. Em fevereiro, o volume médio de negócios ficou em pífios R$ 1.000. "Os
papéis não atraem o investidor,"
diz João Alessandro Trindade,
analista da Lafis.
A perda de interesse pelos papéis
é resultado de sucessivos balanços
ruins e de uma crise que vem sendo toureada há três anos pelo presidente da empresa, Fernando Pinto. No início do ano passado, a Varig teve de enfrentar uma guerra de
tarifas que levou o setor de aviação
a praticar descontos médios de
37,5%. Perdeu rentabilidade.
Em janeiro, a desvalorização
cambial desferiu mais um golpe
profundo nas finanças da Varig,
inflando sua dívida de US$ 1,7 bilhão. "Além disso, parte dos seus
custos é em dólares, com leasing de
aviões", diz Cláudio de Souza e Silva, analista da BB DTVM, a distribuidora do Banco do Brasil.
Foi no meio do acirramento da
crise que uma fratura na cúpula da
empresa veio a conturbar ainda
mais o vôo da Varig. O presidente
do conselho de administração,
Walterson Caravajal, propôs o
afastamento do presidente da empresa, mas foi derrotado.
"Qualquer instabilidade administrativa neste momento é desastrosa e repercutirá no preço das
ações", diz Silva. Para restabelecer
a ordem, o conselho de administração será renovado, em assembléia marcada para o dia 24.
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