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"Fiquei desolado por perder tudo"
da Reportagem Local
Que tal ver seu time perder na final do campeonato, com um gol de
mão no último minuto de jogo? Foi
esta a sensação do economista
aposentado Benjamin Bueno, residente em São José dos Campos (interior de São Paulo), quando o fundo Boavista Derivativos 60 ficou
com patrimônio líquido negativo.
"Eu ia sacar todo o dinheiro do
fundo no final de janeiro para iniciar a construção de uma casa", explica Bueno.
"Fiquei desolado por perder tudo pouco antes de sair do fundo e
revoltado pela forma como as coisas aconteceram."
A revolta de Bueno encontra os
mesmos argumentos dos outros
investidores do Boavista: o folheto
do banco classificava o fundo Boavista Derivativos 60 como moderado.
"O pessoal da agência mostrava
folhetos em que a carteira do fundo era composta por ações e CDBs
(Certificado de Depósito Bancário), que não viram pó de uma hora para outra", explica.
"Nunca vi o regulamento do fundo, acreditava na transparência da
instituição e na competência dos
gestores. Mas só agora eu descobri
que eu estava numa loteria e não
sabia", diz, referindo-se aos negócios feitos na Bolsa de Mercadoria
& Futuros (BM&F).
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Surpresa
A surpresa foi ainda maior porque Bueno era cliente do Boavista
há mais de cinco anos. "O fundo
nunca deu rentabilidades espetaculares", diz. "Era sempre algo em
torno de 30% ou 35% ao ano."
A desgraça na família Bueno só
não foi maior porque Benjamin,
como economista, aprendeu cedo
a não concentrar as aplicações em
um único ativo.
Com isso, colocava em prática
uma das regras básicas do mercado financeiro: "diversificar a carteira para diminuir os riscos".
Apenas 20% de seu patrimônio
estava aplicado nesse fundo.
Bueno possui aplicações em outros bancos, desde fundos DI (atrelado ao CDI -Certificado de Depósito Interbancário- que acompanha as taxas de juro) a ações.
(RODRIGO FRAN€A)
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