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POUPANÇA
Desemprego reforça os saques da caderneta
Investidores buscam rentabilidade maior
MARA LUQUET
Editora do Folhainvest
No último mês, a combinação da
queda dos juros com o aumento
das taxas de desemprego, associada à redução da oscilação dos principais índices do mercado financeiro, levou muitos investidores a
sacar recursos da poupança. Os
resgates da caderneta, no período,
foram maiores que os depósitos
em mais de R$ 1 bilhão.
Duas circunstâncias, apontam
economistas e analistas de investimentos, explicam esse comportamento: o desemprego, que obriga
o investidor a resgatar suas reservas financeiras para cobrir despesas domésticas, e a busca de maiores rentabilidades.
Neste ano, a caderneta de poupança ofereceu aos investidores
um ganho acumulado de 5,2%, enquanto o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que acompanha as taxas de juro e remunera
os fundos DI, bateu nos 10,9%.
Mesmo se descontados os custos
com taxas de administração e Imposto de Renda, que não incidem
sobre a poupança, os fundos DI tiveram um ganho muito maior.
Há, além da diferença de rentabilidade, uma outra razão que explica a corrida do investidor para outras aplicações: a maior confiança
para assumir riscos, dado o cenário de maior calmaria na economia.
Afinal, a pressão sobre o câmbio
diminuiu, a CPI dos Bancos parece
estar perdendo o fôlego e a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo)
volta a registrar volumes atraentes
de negócios.
"A poupança tem um grande
apelo porque é de fácil entendimento e as pessoas acreditam que
ela é garantida pelo governo", diz
Luís Eduardo de Assis, diretor da
HSBC Asset Management.
É importante observar, no entanto, que quem cobre as perdas da
poupança, em caso de quebra do
banco, é o FGC (Fundo Garantidor
de Crédito), um fundo mantido
com contribuições dos bancos.
Há, no mercado, aplicações tão
seguras quanto a caderneta e que
oferecem ganhos bem maiores.
Daí a onda de saques da aplicação.
A poupança que, tradicionamente,
aumenta sua captação no auge das
crises, agora registra saques muito
expressivos.
"O investidor sempre volta em
busca da rentabilidade", diz Antônio Costa, sócio da Oryx Asset Management.
Neste momento, por exemplo,
recomenda, o investidor deve aplicar parte de seus recursos em títulos prefixados e não mais do que
10% no mercado acionário. Essa
combinação significa que há espaço para tomar um pouco mais de
risco, em busca de rentabilidade.
Mas cuidados devem ser tomados
pelo investidor.
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