São Paulo, segunda, 10 de maio de 1999

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BOLSA DE VALORES
Depoimento de Mercadante na CPI não confirma expectativas e mercado vive momentos de euforia
Quem comprou na crise teve lucro de 85%

da Redação

O Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) bateu na semana passada os 12 mil pontos, patamar em que estava antes da crise deflagrada pelos mercados asiáticos, em outubro de 1997. Se comparado ao período da crise russa, em setembro do ano passado, o índice acumula uma valorização nominal de 85,5%.
Ou seja, os investidores que tiveram estômago para suportar as oscilações do mercado de ações no meio da crise compraram ações do índice sendo negociadas a 6.593 pontos. Estão, portanto, acumulando um lucro e tanto nesses sete meses.
Na última quinta-feira, o volume de negócios na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) chegou a bater R$ 1 bilhão, retomando enfim o mesmo vigor observado no início de 1997. A forte negociação de papéis deve-se em parte, segundo analistas, à baixíssima repercussão do depoimento do deputado Aloísio Mercadante à CPI dos Bancos.
Havia uma forte expectativa em relação a esse depoimento e um temor generalizado no mercado de que Mercadante fosse apresentar novos casos à CPI. O resultado do depoimento, contudo, não confirmou as expectativas, dando força à euforia que tomou conta do pregão no dia seguinte.
Analistas de investimentos afirmam que ainda não é hora de vender os papéis, porque a expectativa é que o índice chegue a pelo menos 13 mil pontos.
"Ainda existe uma forte pressão compradora por parte dos estrangeiros", diz o analista de renda variável de um grande banco brasileiro.

Semana em alta
Para esta semana, eles dizem que também as tesourarias dos bancos devem entrar comprando no mercado de ações. Esses operadores foram fortes vendedores nos meses de março e abril e devem estar com aplicações mínimas nesse mercado. Por isso há expectativa de que eles retomem suas compras de ações.
Neste mês, o Ibovespa acumula uma alta de 7,8%. As ações das empresas CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) e CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) estão entre as maiores altas do período.
A CST acumula uma alta de 21,7%, e a CVRD, uma valorização de 21% -ambas as valorizações já descontadas da variação do dólar no período.
Também estão entre as maiores altas do mês de maio as ações de segunda linha como Antarctica ON, Manah PN e Serrana ON. São papéis de baixíssima liquidez e a alta, segundo analistas, não pode ser caracterizada como uma volta de forte pressão compradora para os papéis de segunda linha.
No ano, a alta do Ibovespa é de 31,5% em dólar e chega a 80,3% em real.




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