São Paulo, segunda, 22 de março de 1999

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PÉ-DE-MEIA
Patrimônio dos Fapis triplicou em seis meses; investimento nessas aplicações exige planejamento rigoroso
Investidor corre atrás da aposentadoria

Adriana Zebrauskas/Folha Imagem
A estudante Cláudia Croitor, 20, que aplicava em um Fapi, mas teve de resgatar o dinheiro do fundo



RODRIGO FRAN€A
da Reportagem Local

Se você, investidor, quer garantir por conta própria sua tranquilidade na aposentadoria, considere as aplicações em Fapi (Fundo de Aposentadoria Programada Individual).
Analistas desse mercado apontam várias vantagens nesse tipo de planejamento de sua aposentadoria. A principal delas é que o investidor passa a ter o controle do dinheiro que garantirá seu pé-de-meia: incentivos fiscais, resgates sem carência -diferente dos planos de previdência privada- e contribuições sem periodicidade nem valores definidos.
Essas características têm atraído mais investidores para os Fapis. Para ter uma idéia, em agosto do ano passado, todos os Fapis existentes no mercado acumulavam patrimônio próximo a R$ 40 milhões, segundo a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimentos).
O número triplicou no final de janeiro, chegando a mais de R$ 120 milhões.
"Esse resultado é fruto dos investimentos dos bancos nessa área", acredita Alberto Fernandes, diretor comercial do Lloyds Asset Manegement.
Entre os atrativos, estão os baixos valores de aplicação mínima e a ausência de carência nos resgates. Observe no quadro desta página que alguns bancos aceitam valores de aplicação mínima de R$ 40 (Itaú), R$ 30 (Bradesco) e até R$ 20 (Finasa).
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Taxa de administração
Por aceitar valores baixos, os Fapis apresentam uma desvantagem significativa em relação aos fundos de investimento comuns: as taxas de administração são consideravelmente maiores.
O Bradesco, por exemplo, que pratica uma taxa de 0,5% ao ano em seu fundo de 60 dias DI, cobra, no caso do Fapi, 5%.
Taxas de administração elevadas têm impacto na rentabilidade desses fundos. Em geral, se comparados a outros fundos de investimento, os Fapis apresentam um desempenho inferior.
A rentabilidade nos últimos 12 meses do fundo DI de 60 dias do Bradesco bateu nos 26,41%, contra 20,98% do Fapi.
Note que a diferença, de 5,43%, resulta mesmo da diferença da taxa de administração cobrada pelos dois fundos: 4,5%.
O mesmo ocorre com o fundo do banco Itaú. A rentabilidade do Fac 60 (com taxa de 3,5%) foi de 25,16%, contra 17,96% do Fapi (taxa de 5%).
Mas a balança volta a se equilibrar, segundo Dilma Barbosa Lima, diretora-adjunta do BankBoston, quando se analisa uma importante característica do Fapi: dedução das aplicações do Imposto de Renda, de até 12% de rendimento bruto anual do investidor.



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