1)ASSÉDIO I I (continuação)
Mesmo num país maluco como os "Steits", atualmente à beira de um ataque de nervos, o exagero do "assédio sexual" (sexual harassment), começa a sentir reação, ainda tímida como proposta jurídica, mas já grande como ridículo. Pois ridicularizado o pais vem sendo crescentemente em muitos outros países, sobretudo a partir do boquete da Mônica Lewinski, que já entrou pro Guiness. E, como contrapartida, a França ostenta, orgulhosa, a maneira como tratou Miterrand, de quem todo mundo conhecia a mancebia, mas da qual se falava apenas nas fofocas naturais, jamais alguém pensando que Miterrand era indigno de governar a França porque comia alguém fora dos sagrados laços do himeneu. Isso - qualquer pessoa, ou país!, deve saber, visceralmente - faz parte da vida particular e, portanto, é affair a ser resolvido na alcova, na cama, no motel, escolhidos pelas duplas interessadas. Sempre, claro, em se tratando de altas figuras do estado, com absoluta discrição (mas, quando a coisa vira cafajestada, o máximo que acontece é o homem público ser chamado de Menem). Entre nós, por exemplo, homens públicos de todos os partidos e escalões, do Paraná a Pernambuco, passando naturalmente por São Paulo, até o mais alto escalão do...cala-te boca! Exemplo sem igual, todos viram, Urbi et orbi, a maior parte dos cidadãos franceses achando bonita e comovente a foto final de Miterrand, o caixão mortuário velado pela(s) mulher(es) e família(s). (continua)

2) TEMPOS (METEOROLÓGICOS) IDOS E VIVIDOS
Hoje em dia você chega em Parati E o pessoal se desculpa, envergonhado, O tempo nunca foi assim aqui.
Na primavera você vai a Budapeste E todos dizem, neste tempo Nunca houve tal sudeste
E chineses em qualquer parte da China Te juram, por Confúcio amarelinho, Na China nunca houve tal neblina.
Esquece, amigo, em Dusseldorf Roma, Algarve, e até Belo Horizonte Seja onde for, nos dias de hoje, Você nunca mais vai ter dias de ontem.

3) Você decide
Já se sabe - o que afundou a plataforma da Petrobrax foi o malfuncionamento do abafador. Basta constatar se o abafamento foi na coluna da plataforma, ou na administração que não abafou o negócio como devia.

4) Significado e significante
Ah, se vocês ainda não sabem que coisa, tem gente que não sabe! jazz, como há muito me ensinou o mais sábio de meus mestres de etimologia, Eric Partridge, é "música pra trepar". Jazz é o mesmo que juke. Ambas as palavras vêem da África ocidental e se referem a atividade sexual e música excitante praquele fim. Entre os Gullahs, do sudoeste americano juke house quer dizer puteiro.

5) Correção.
Escrevi uma vez: "O cérebro é o único órgão do corpo humano que não tem aparelho excretor". Anos depois minha amiga, a cantora Julie Joy, me corrigia: "Tem. É’ o escritor." E não é que é? Sobretudo pelo que se vê escrito por aí.

6) Glória, só a do outeiro.
Abra uma enciclopédia. Abra uma grande enciclopédia. Abra uma enorme enciclopédia. Abra a Britannica. E fique besta. Dos bilhões e bilhões de seres humanos que viveram desde que o mundo é mundo, apenas uns cinquenta mil mereceram registro de importância. Deles você, que é culto, muito culto, já ouviu falar vagamente de uns 5.000. E conhece mais profundamente uma meia dúzia. Ou melhor, nenhum.

7) Monotonia
Bem, se há vida depois da morte, deve haver morte depois da outra vida. E assim por diante. Meio chato, não? Não é melhor acabar logo? Site do Millôr: www.uol.com.br/millor



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