São Paulo, domingo, 01 de julho de 2007

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CIDADES
Por Cristiano Mascaro


1. Templo de Júpiter, em Baalbeck (Líbano)
Restam apenas seis colunas gigantescas de 22 metros de altura cada uma. Mas bastam.
Sua monumentalidade, proporção e implantação em perfeita harmonia com as outras construções circundantes são um testemunho único de beleza e ousadia em arquitetura.

2. A região de Shibuya, em Tóquio (Japão)
Num cenário formado por edifícios espetaculares e iluminado pelos gigantescos anúncios que fazem a noite virar dia, uma torrente humana atravessa as ruas a cada instante quando farol se abre.
É um dos retratos mais expressivos e emocionantes da civilização urbana.

3. Centro de Havana (Cuba)
A região representa, de um certo modo, os sucessos e insucessos da Revolução Cubana (1959). A algazarra dos alunos de uma escola exemplar ecoa pelas ruas de edifícios decrépitos. Caminhando pela região, somos tomados por um sentimento simultâneo de entusiasmo e desilusão, uma experiência perturbadora que nos leva a refletir sobre o destino de nossa sociedade.

4. As calçadas luminosas de Lisboa (Portugal)
Lisboa não se contenta com os raios incidentes do sol. Tratou de ter também os refletidos. Suas calçadas, revestidas de pedras calcárias e basálticas, espelham permanentemente a luz solar, tornando essa bela cidade a mais luminosa que já conheci.

5. O centro histórico de Nápoles (Itália)
Anárquica, perigosa, surpreendente. Há poucos adjetivos capazes de definir essa cidade, onde é possível entrarmos por uma porta qualquer de um beco insignificante e, espantosamente, nos darmos conta de que estamos no centro da nave de uma imensa catedral. Sem falar da pizza, que é, de fato, muito boa.

6. Rio de Janeiro
Por que o Cristo Redentor? O encanto maior do Rio de Janeiro é, evidentemente, a paisagem, única no mundo, resultado daquele manto imenso de casas, prédios, viadutos, pontes e tudo o mais, estendido sobre os morros.
É aquele cenário que o inspirado Cartola definiu como o que, à noitinha, "mais parece um céu no chão".

7. São Paulo
Naturalmente. Mas aqui não se trata de beleza física, o que não é o mais importante na cidade onde se vive. Trata-se da sensação, muito especial, de nos encontrarmos no centro de uma metrópole tentacular onde tudo a sua volta é superlativo, diversificado e espantoso.
Para o bem e para o mal.
Garanto que aqui não se morre de tédio.

CRISTIANO MASCARO é fotógrafo, autor de "São Paulo" (editora Senac).


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